O Facebook deixará de usar seu sistema de reconhecimento facial que permite identificar, desde 2010, uma pessoa em fotos ou vídeos publicados na rede social, anunciou sua casa matriz nesta terça-feira.
O anúncio ocorre em um momento em que o Facebook luta contra uma grande crise após o vazamento na imprensa nos Estados Unidos de uma grande quantidade de documentos internos.
"Há muitas preocupações sobre o lugar que a tecnologia de reconhecimento facial ocupa na sociedade e os reguladores ainda estão no processo de fornecer um conjunto claro de regras para regirem seu uso", disse a Meta em um comunicado.
"Em meio a essa incerteza constante, acreditamos que é adequado limitar o uso do reconhecimento facial a um conjunto reduzido de casos", acrescentou.
A decisão termina com um recurso que identifica automaticamente as pessoas que aparecem nas fotos dos usuários, fundamental para a empresa construir uma biblioteca global de rostos em expansão.
Mas a função foi alvo de ações judiciais e críticas de reguladores e legisladores.
Não está claro quando as mudanças entrarão em vigvor, mas serão amplamente sentidas porque, segundo a plataforma, mais de um terço dos usuários optou por usar o sistema de reconhecimento facial.
A modificação "resultará no cancelamento de mais de um bilhão de perfis individuais de reconhecimento facial", segundo o comunicado.
Preocupações sobre privacidade
A identificação facial, lançada em 2010, passou por mudanças para reforçar a privacidade, o que não impediu, no entanto, um significativo processo que obrigou o Facebook a concordar com o desembolso de 650 milhões de dólares em 2020, depois que a justiça alegou que havia coletado ilegalmente informações biométricas para "marcar rostos", em violação a uma lei de privacidade de Illinois de 2008.
Foi um dos acordos mais substanciais para um caso de privacidade nos Estados Unidos, superado apenas pelos US$ 5 bilhões que o Facebook concordou em pagar à Comissão Federal de Comércio por suas práticas de gerenciamento de dados. Ambos aguardam homologação judicial.
Várias cidades americanas, incluindo San Francisco, proibiram o uso de tecnologia de reconhecimento facial. Existe a preocupação com a criação de grandes bancos de dados com a possibilidade de erros na identificação de algumas pessoas.
O Facebook acabou de mudar o nome de sua empresa matriz para "Meta", em um esforço para chamar a atenção para sua visão da realidade virtual para o futuro, tentando mudar o foco sobre os diversos escândalos em que está envolvido.
Facebook, Instagram e WhatsApp, que são usados por bilhões de pessoas no mundo, manterão seus nomes.
AFP e Correio do Povo
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