Perfil do presidente no YouTube foi suspenso por uma semana após falas sobre HIV, mas Bolsonaro tentou burlar punição
O YouTube removeu a live do presidente Jair Bolsonaro, realizada na tarde de quinta-feira, após ele usar o canal de um dos filhos, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), para transmitir a gravação ao vivo para os usuários da plataforma, desrespeitando a punição imposta pelo site devido ao episódio em que ele afirmou que as vacinas contra a Covid-19 podem transmitir HIV, vírus causador da Aids.
De acordo com o site, como o canal do chefe do Executivo está suspenso desde segunda-feira por uma semana por causa das falas sobre a Aids, o presidente não poderia ter burlado a punição. "O YouTube removeu a live do presidente Jair Bolsonaro publicada pelos canais Pingos nos is e Carlos Bolsonaro por violar nossas diretrizes, que proíbem conteúdos de criadores que estejam sob alguma restrição", explicou a plataforma, em comunicado à imprensa.
"O canal do presidente Jair Bolsonaro segue temporariamente suspenso, impedido de enviar vídeos com novos conteúdos ou fazer transmissões ao vivo, de acordo com a nossa política de alertas e avisos", acrescentou a empresa.
Na semana passada, Bolsonaro relacionou a vacina contra a Covid-19 ao desenvolvimento da Aids. "Relatórios oficiais do Governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados estão desenvolvendo a síndrome de imonudeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto", disse o chefe do Executivo.
Em nota, o Comitê Científico de HIV/Aids da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) afirmou que "não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a Covid-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida".
Além disso, a entidade ressaltou que pessoas que vivem com HIV/Aids devem ser completamente vacinadas contra a Covid-19 e reforçou a necessidade de que pessoas nessa situação recorram à dose de reforço. "Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente", finalizou.
R7 e Correio do Povo
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