O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), preparou uma nova versão do parecer final que será apresentado nesta quarta-feira (20). Ele ampliou o número de pessoas e empresas que serão acusados de cometer crimes na pandemia.
A mais nova versão do relatório começou a ser enviada na noite de segunda (18) aos senadores. No início da sessão desta terça-feira (19) da comissão, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) já antecipou que fará recomendações.
“Já de antemão vou dar umas sugestões ao relator em relação ao Amazonas, que é o meu estado. Tem que haver… Houve uma CPI lá. Essa CPI não indiciou o governador, e depois o governador se torna réu aqui, senador Marcos Rogério. Nós temos que saber por que o relator não indiciou o governador, correto? Por que a omissão do relator nisso, senador Renan?”, indagou Aziz.
Renan Calheiros enfatizou mais uma vez que o relatório final vai refletir o pensamento da maioria da comissão e que está aberto a sugestões.
“Da minha parte, presidente Omar, da minha parte eu estou completamente aberto à colaboração e à materialização de todas as orientações dos companheiros. O meu propósito é o mesmo, é o de sempre. Eu quero colaborar e eu não quero colocar nada nesse relatório que não signifique o pensamento da maioria da CPI”, disse Renan Calheiros.
A minuta do relatório, que ainda pode sofrer mudanças, tem mais de 1,1 mil páginas.
O relator afirma que o governo federal foi omisso e optou por agir de forma não técnica e desidiosa, negligente, no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, expondo deliberadamente a população a risco concreto de infecção em massa.
“O governo manteve um gabinete paralelo para dar suporte a medidas na área de saúde contra as evidências científicas, trabalhou com a intenção de imunizar a população por meio de contaminação natural, a chamada imunidade de rebanho, priorizou o tratamento precoce sem amparo científico de eficácia, agiu contra a adoção de medidas não farmacológicas, como o distanciamento social e o uso de máscaras, e, deliberadamente, atuou para atrasar a compra de vacinas, em evidente descaso com a vida dos brasileiros”, diz o texto.
Com esse raio-X dos comportamentos e atitudes durante a pandemia, Renan Calheiros indica terem sido cometidos 24 crimes diferentes, entre os quais homicídio, crimes contra a humanidade, corrupção, fraude em licitação, prevaricação e falsificação de documentos.
O relatório deve recomendar que 69 pessoas sejam indiciadas, além de duas empresas, a Precisa Medicamentos, envolvida na suspeita de corrupção na venda da vacina Covaxin ao governo federal, e a VTCLog.
O Sul
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