Dados permitiram a primeira vista em 3D do planeta
Com novas informações coletadas pela sonda norte-americana Juno, a Nasa revelou, nesta quinta-feira, mais detalhes sobre a atmosfera de Júpiter e a profundidade da Grande Mancha Vermelha - uma enorme tempestade capaz de sobreviver 300 anos na superfície do maior planeta do sistema solar. Conforme a atualização, a "Great Red Spot" se estende por 500 quilômetros abaixo das nuvens do astro. Os resultados obtidos também permitiram a primeira vista em 3D do planeta.
Experts from our #JunoMission science team will reveal a 3D view of the newest findings about Jupiter’s turbulent atmosphere.
— NASA (@NASA) October 26, 2021
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Os dados foram divulgados em entrevista coletiva embasada em dois estudos publicados nas revistas científicas Science e Geophysical Research Letters. Segundo a agência espacial, os resultados destacam o funcionamento interno dos cinturões e zonas de nuvens que cercam Júpiter, assim como os ciclones polares e até mesmo a Grande Mancha Vermelha (GMV).
Entre as apurações relevantes feitas pela sonda Juno - que está em órbita desde 2016 - sobre a GMV tratam de sua altura. Os novos dados apontam que a concentração de massa atmosférica dentro da tempestade pode ser potencialmente detectável por instrumentos que estudam o campo gravitacional de Júpiter.
“Ser capaz de complementar a descoberta do MWR sobre a profundidade nos dá grande confiança de que futuros experimentos de gravidade em Júpiter produzirão resultados igualmente intrigantes", disse aos canais oficias da agência Marzia Parisi, cientista Juno do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa no sul da Califórnia.
Cinturões de Júpiter
A Nasa também publicou mais informações a respeito dos cinturões e das zonas distintas de Júpiter. Tratam-se de faixas de nuvens brancas e avermelhadas que envolvem o planeta e acabam sendo separadas por ventos fortes vintos de leste e oeste. Responsável pela separação, a formação dessas correntes de ar são um mistério para agência.
No entanto, na coletiva desta quinta-feira, a equipe revelou uma pista que pode auxiliar na solução. Os dados coletados da Juno durante várias passagens revelam que o gás amônia da atmosfera viaja para cima e para baixo em notável alinhamento com os jatos observados.
A sonda ainda mostrou que os cinturões e as zonas passam por uma transição de cerca de 65 quilômetros abaixo das nuvens de água de Júpiter. Em profundidades rasas, os cinturões são mais brilhantes do que as zonas vizinhas. Mas em níveis mais profundos, abaixo das nuvens de água, o oposto é verdadeiro - o que revela uma semelhança com oceanos do planeta Terra, de acordo com os pesquisadores da agência.
Correio do Povo
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