quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Estados Unidos voltam a aceitar brasileiros, e procura por voos sobe até 300%

 


A abertura dos Estados Unidos para turistas brasileiros a partir do próximo dia oito de novembro tem levado as empresas aéreas a anteciparem a retomada dos voos para cidades como Nova York, Miami e Orlando. Com a definição das regras de quem pode viajar, feita na última segunda-feira, o aumento da busca por passagens chega a 300%, de acordo com as companhias. E, apesar do dólar nas alturas, os voos previstos para dezembro já estão com ocupação de até 70%.

Nesta terça-feira, os consulados dos EUA no Brasil voltaram a retomar os agendamentos de novos vistos para brasileiros, suspensos desde maio do ano passado por conta da pandemia do coronavírus.

Com a divulgação das regras feitas pelo governo dos EUA, a American Airlines antecipou a retomada de trechos e aumentou a frequência dos voos entre os dois países. Alexandre Cavalcanti, diretor-comercial para o Brasil e Uruguai da companhia aérea, destaca que o total de trechos vai quase dobrar até dezembro, passando dos atuais 20 voos semanais para 38 até o fim do ano.

Ele cita o caso do trecho São Paulo-Miami, que passará de sete para dez voos por semana já no início de novembro, assim como o voo Rio-Miami, que passará de três por semana para diário a partir do mês que vem. São Paulo-Dallas volta em dezembro.

Além disso, a empresa passa a voar todos os dias de São Paulo para Nova York e em dezembro volta a operar, de forma temporária o trecho Rio-NY. Segundo o executivo, o anúncio do governo gerou um aumento de demanda. Ele cita a alta de até 300% na procura em lojas, central de atendimento e sites.

“Vamos ter uma grande demanda. Quem está comprando passagem agora é quem já tinha se planejado e agora vai apenas concretizar a viagem. Mas o dólar alto e o aumento dos custos do querosene de aviação criam um desafio maior neste momento de retomada”, disse Cavalcanti.

Ele explicou que, com a alta na demanda, os bilhetes com os preços promocionais já acabaram, mas o piso dos preços ainda não subiu: “Vamos analisar os preços depois que a demanda estiver consolidada”, afirmou Cavalcanti.

Mesma análise tem Diogo Elias, diretor de Vendas e Marketing da Latam Airlines Brasil. Para ele, os preços das passagens internacionais ainda estão em um patamar menor em relação ao período pré-pandemia. Ele destacou que somente nos últimos meses a oferta internacional começa a ser restabelecida.

“Nesse momento de retomada, nem sempre é possível repassar para o preço apesar dos custos maiores. Mas é algo que estamos atentos”, disse ele, lembrando que o querosene de aviação (QAV) já teve alta superior a 100% neste ano em relação ao ano passado. “Nossa projeção é que os voos internacionais só se recuperem em 2024 e volte aos níveis pré-pandemia.”

Esse processo de recuperação começa com a abertura dos EUA, assim como já ocorreu com diversos países da Europa nos últimos meses. Por isso, a Latam vai aumentar as frequências de São Paulo para Miami e NY. Vão passar de três vezes por semana para seis em novembro. Em dezembro, passam a ser diárias. Em dezembro, a companhia volta a operar a rota São Paulo-Orlando.

“A abertura dos EUA foi uma notícia muito esperada. A procura está boa. Tem muita demanda reprimida tanto de pessoas que querem comprar como as pessoas que já tinham comprado e estão com passagem aberta para a remarcação. Para dezembro, a média de ocupação já está em 70%”, informou Elias. As informações são do jornal O Globo.

O Sul

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