O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um pronunciamento na tarde desta sexta-feira (22) ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, o valor decidido para o novo programa social do governo, o Auxílio Brasil, “tem responsabilidade”. “Não faremos nenhuma aventura. Não queremos colocar em risco nada no tocante à economia”, declarou o presidente. O pronunciamento de Bolsonaro acontece após uma sequência de fatos que mexeram com o mercado financeiro.
Na quinta-feira (21), quatro secretários do Ministério da Economia pediram demissão, entre eles Bruno Funchal, secretário do Tesouro e Orçamento, e Jeferson Bittencourt secretário do Tesouro Nacional. Apesar de o motivo alegado ter sido “questões pessoais”, a motivação teria sido a discordância sobre o valor de R$ 400 do Auxílio Brasil e a fonte de custeio. Na quarta-feira (20), o ministro Paulo Guedes declarou que considerava alocar R$ 30 bilhões fora do teto para bancar os R$ 400 do novo auxílio.
A declaração impactou negativamente o mercado financeiro. Na manhã de quinta-feira (21), quando Bolsonaro voltou a falar em R$ 400, o mercado reagiu. O Ibovespa caiu mais de 4% e o dólar chegou aos R$ 5,70. Nesta sexta, a bolsa operava em queda de 1,91% por volta das 15h, aos 105.680 pontos. Já o dólar operava em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,67.
Na noite de quinta-feira, a comissão especial da Câmara dos Deputados, que analisava a proposta de emenda à constituição conhecida como PEC dos Precatórios aprovou por o relatório do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). O relator apresentou uma complementação do voto que trouxe alterações na regra de correção do teto de gastos. Com isso, a proposta que soluciona a dívida da União em sentenças judiciais também abrirá espaço para o financiamento do novo programa social do governo, o Auxílio Brasil.
Economia
Segundo Bolsonaro, a economia voltou a crescer. “Terminamos 2020 com mais pessoas com carteira assinada do que em 2019. A economia realmente, como falava Paulo Guedes, voltou em ‘V’. Mas ainda temos um legado da política do ‘fique em casa e a economia vemos depois’.
Ainda de acordo com o presidente, o avanço da inflação não é uma questão que está acontecendo só no Brasil.”Agravou-se a questão da inflação. Isso não é exclusivo do Brasil. Está acontecendo no mundo todo. O Brasil é o que menos está sofrendo com a pandemia no lado econômico”.
Bolsonaro afirmou que muitas medidas tomadas ano passado abalaram a economia em 2020. “Nosso governo entrou em campo, atendeu aos mais necessitados. Concedemos o auxílio emergencial. Gastou-se R$ 300 bilhões. Sobre o Auxílio Brasil, o presidente disse ver o valor como “suficiente”. “Vínhamos estudando há meses e chegou-se um valor. O valor decidido tem responsabilidade.”
O Sul
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