O Ministério da Saúde admitiu nesta quarta-feira (29) que planeja um novo ciclo de imunização contra a covid-19 em 2022. Segundo a pasta, o Brasil dispõe de doses suficientes para aplicar reforço em idosos a partir de 60 anos e pessoas imunodeprimidas (com baixa imunidade) em 2020, além das duas doses em toda a população a partir de 18 anos. O órgão, contudo, não menciona a vacinação de adolescentes ou a terceira dose para profissionais de saúde, que já foram anunciadas.
A pasta planeja a compra de novos lotes de vacina para 2022, mas ainda não divulgou as quantidades e quais seriam os laboratórios. De acordo com o ministério, a cobertura neste ano se dará por meio de 600 milhões de doses compradas pelo governo federal. Desse total, faltam receber 100 milhões da Pfizer, 36,1 milhões da Janssen e 50 milhões de AstraZeneca.
“O Ministério da Saúde informa que já foram contratadas mais de 600 milhões de doses de vacinas covid-19 apenas neste ano. O quantitativo é suficiente para concluir a vacinação de toda a população brasileira com duas doses e a dose de reforço em idosos acima de 60 anos e imunossuprimidos. (…) A pasta mantém diálogo com laboratórios para analisar a aquisição de doses adicionais para um possível novo ciclo de imunização no ano de 2022”, diz a nota.
Atraso
O Brasil está atrasado nas negociações e não há acordos fechados para o próximo ano. O Ministério da Saúde não prevê firmar um novo contrato com o Instituto Butantan para a compra de Coronavac. O centro de pesquisa já anunciou acordo para venda de 2,5 milhões de doses a cinco Estados: Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará e Piauí. Segundo o Butantan, prefeituras e outros países já sinalizaram interesse em adquirir doses.
O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Willames Freire, defendeu a compra de novas remessas de CoronaVac por parte do governo federal, assim como das demais aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o gestor, a expectativa é de que o imunizante também possa ser aplicado como dose de reforço.
Especialistas, no entanto, defendem que uma vacina diferente seja administrada como terceira dose. A preferência é pelas que usam a tecnologia do RNA mensageiro, caso da Pfizer, adotada como reforço.
Em maio, o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, atual ministro da Saúde substituto, falou das tratativas com a Moderna, que ainda não chegou ao Brasil, para 2022. Não há contrato fechado com o laboratório norte-americano.
O Sul
Nenhum comentário:
Postar um comentário