Decisão foi criticada pelo Stetpoa, e uma nova mediação será realizada nesta quarta-feira, antes da paralisação prevista para quinta
A nova proposta de manutenção parcial dos serviços da Carris encaminhada em audiência do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS), que prevê a circulação de 65% da frota durante todo o dia, foi criticada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre (Stetpoa). A entidade defende a paralisação total dos serviços da companhia. Uma comissão de funcionários da Carris vai levar o tema para discussão junto à categoria. E uma nova reunião de mediação será realizada pelo TRT-RS na quarta-feira, às 8h.
A decisão da comissão de funcionários da Carris, que optou por analisar a proposta, surpreendeu o presidente do Stetpoa, Sandro Abbade, que atua nas negociações envolvendo a categoria. "O sindicato não aceitou nenhuma porcentagem de ônibus saindo. A decisão do sindicato é 'zero' ônibus saindo na quinta-feira, mas fui surpreendido pela comissão de funcionários, que vai levar a proposta que prevê 65% dos funcionários trabalhando", destaca. "Essa proposta não foi aceita pelo sindicato nem pelos delegados sindicais", completa.
Após audiência de mediação do TRT, que foi conduzida pelo desembargador Francisco Rossal de Araújo, Abbade afirma que a desestatização da Carris é 'algo maléfico' para os trabalhadores. "Houve comprometimento do sindicato que iríamos parar 100% da companhia", frisa. Segundo Abbade, a comissão 'roeu a corda' durante a mediação no TRT. "Nos chamam para ir lá, botam numa reunião com 300 funcionários, no olho do furacão, o sindicato se compromete com que foi pedido pelos funcionários e a comissão que nos levou roeu a corda", critica, acrescentando que na sexta-feira o sindicato foi cobrado pelos trabalhadores por uma atuação mais enérgica.
Conforme Abbade, a ideia inicial era paralisação total da Carris. "Agora já não sei mais nada. Antes queriam, agora já não querem", questiona. O dirigente explica que a comissão agora tem missão de convencer que 65% dos funcionários aceitem trabalhar dia inteiro. Ele garante, no entanto, que o sindicato não vai participar disso. "Se a gente for dar recado para o prefeito que é para sair mais da metade dos ônibus para rua, então não se dá recado. Nosso entendimento é que pare a Carris por tempo indeterminado para tentar fazer o recuo do prefeito", completa.
Projeto de desestatização da Carris deve ser votado em setembro
A Câmara de Porto Alegre deverá votar o projeto de desestatização da Carris em setembro. Segundo o líder do governo, Idenir Cecchim (MDB), as discussões sobre do texto devem iniciar após feriado de 7 de Setembro, mas o projeto “certamente” será votado até o fim do mês. O assunto vem sendo a principal pauta de discussão do Executivo dentro da Câmara e, por estar pronto para ser incluso na ordem do dia, pode ser votado a qualquer momento. A definição depende apenas das condições e dos votos.
Correio do Povo
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