Lonas e casas improvisadas aumentaram em concetração com chegada de ar polar
Os viadutos têm sido um dos locais preferidos para as pessoas em situação de rua pernoitar e se abrigarem nesses dias de frio intenso em Porto Alegre. Embaixo destas grandes estruturas e seus pilares, é possível ver colchões e até pequenas cabanas e casas instaladas, improvisadas com lonas, papelão e cobertores.
Além de se protegerem do frio, os moradores de rua utilizam também as coberturas de concreto como casas temporárias para ficar em dias chuvosos e deixar seus pertences. Alguns dividem o espaço com seus cães.
Vivendo nas ruas há 10 anos, um sem-teto de 45 anos, que não quis se identificar, afirmou que nas noites frias dorme embaixo do Viaduto da Conceição, no Centro Histórico. Ele conta que o local é freqüentado por muitas pessoas, mas é um bom lugar para ficar. “Tem gente de tudo o que é tipo. Tem que marcar um canto para ocupar e se cuidar, mas ainda assim é o lugar mais apropriado para dormir, se proteger do frio e da chuva”, destacou o morador, que lembrou, no entanto, que algumas vezes os moradores de rua são retirados pela Brigada Militar.
A situação não é diferente em outros viadutos da cidade. Algumas pessoas se abrigam e ocupam espaço no Viaduto Otávio Rocha, na Avenida Borges de Medeiros, Imperatriz Leopoldina, na Azenha, Obirici, no Passo D’Areia, São Jorge, na Salvador França, entre outros.
De acordo com a assistente social e coordenadora da equipe de abordagem social da região Humaitá/Navegantes, da instituição Fé e Alegria, conveniada da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Jaqueline Gravina, 12 equipes de técnicos e educadores sociais percorrem a cidade para o acolhimento em locais com grande concentração de pessoas, como nos viadutos.
“As equipes atuam através de mapeamento de territórios para identificar situações como estas. Após a identificação das pessoas em situação de risco pessoal e social nos espaços públicos, é realizado a abordagem social com a aproximação, escuta e construção de vínculo de confiança com elas”, explicou a assistente social, lembrando que a Fasc oferta espaços de proteção as pessoas em situação de rua. “O objetivo é atender, acompanhar e mediar o acesso à rede de proteção social”, ressaltou Jaqueline Gravina.
Prefeitura busca doações para atender à demanda da população de rua
Para atender à demanda da população em vulnerabilidade social - dos que ainda estão nas ruas e os que estão na rede organizada pela prefeitura (albergues, pousadas, paróquias e o Gigantinho) por meio da Operação Inverno, o Gabinete da Primeira-Dama, responsável pelo Movimento POA que Doa, solicita doações de cobertores, alimentos e produtos de higiene pessoal.
“Neste momento estamos com um grande número de agasalhos e nossa maior necessidade são cobertores, alimentos e produtos de higiene. Somos gratos pela solidariedade e apoio que os porto-alegrenses estão nos dando”, diz a primeira-dama Valéria Leopoldino. Os locais de doação podem ser conferidos no site prefeitura.poa.br/poaquecuida
Correio do Povo
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