segunda-feira, 26 de julho de 2021

Novo estudo sugere que intervalo ideal entre as duas doses da vacina da Pfizer é de oito semanas

 


Atualmente preconizado pelo Ministério da Saúde, o intervalo de 12 semanas entre as duas doses da vacina contra o coronavírus produzida pela farmacêutica norte-americana Pfizer não é o ideal. A conclusão é de um novo estudo da Universidade de Oxford (Inglaterra), realizado junto a mais de 50o profissionais de saúde e que sugere oito semanas.

A pesquisa indica que essa redução para um hiato equivalente a dois meses, em vez dos três já em uso, melhora a proteção proporcionada ao indivíduo pelo imunizante. Os resultados da pesquisa ainda precisam passar por revisão, ressalvam os cientistas envolvidos.

Além de Oxford, eles acompanharam grupos de voluntários nas cidades inglesas de Birmingham, Liverpool, Newcastle e Sheffield. A comparação teve por base profissionais que receberam vacinação em esquema de dosagem de curto intervalo (média de três a quatro semanas entre a primeira e a segunda injeção) ou longo (dez semanas).

O intervalo mais longo de aplicação da vacina da Pfizer foi relacionado a níveis de anticorpos neutralizantes duas vezes mais altos do que seriam com a interrupção mais curta. Isso considerando todas as variantes do Sars-CoV-2, incluindo a Delta – detectada inicialmente na Índia e que já avança em mais de 100 países, incluindo o Brasil.

A nova pesquisa revelou que o regime prolongado de 10 semanas também melhora a resposta das células “T” auxiliares, que trabalham na memória imunológica e ajudam na produção de anticorpos. Além do mais, o critério aumentaria o número de pessoas totalmente imunizadas mais rapidamente.

Por outro lado, o intervalo mais longo também trouxe uma desvantagem: os cientistas registraram que houve um declínio nos níveis de anticorpos entre uma dose e a outra, o que deixou os participantes menos protegidos durante essa pausa.

De acordo com Susanna Dunachie, a principal pesquisadora do estudo, “oito semanas é provavelmente o ponto ideal” para a segunda dose, para conseguir o equilíbrio entre obter o máximo de pessoas totalmente vacinadas o mais rápido possível e com os níveis mais elevados de anticorpos.

Ela também chama a atenção para a importância de seguir o esquema de vacinação completo. “Está claro a partir de nossas descobertas que, para maximizar sua proteção individual, é muito importante receber duas doses da vacina contra Covid-19 quando oferecida”, sublinhou a equipe de Oxford, por meio de um comunicado.

Estudos anteriores mostraram que só com as duas doses a vacina da Pfizer tem efeito protetor significativo contra a variante Delta. Por isso o Reino Unido anunciou que passaria a vacinar seus cidadãos em intervalo de 8 semanas, e não mais 12, como no Brasil, afim de oferecer a mais pessoas proteção alta contra a Delta. O estudo de Oxford indica que a estratégia é correta.

Brasil

A bula hoje registrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) preconiza um intervalo de 21 dias entre as duas doses da Pfizer, preferencialmente.

Na avaliação da farmacêutica norte-americana, a segurança e eficácia da vacina não foram avaliadas em esquemas de dosagem diferentes, mas “as indicações sobre regimes de dosagem ficam a critério das autoridades de saúde e podem incluir recomendações seguindo os princípios locais de saúde pública.

O Sul 

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