Passageiros esperam que aumento no valor, em vigor a partir desta sexta-feira, traga melhorias ao transporte
O valor da tarifa dos ônibus de Porto Alegre que entra em vigor nesta sexta-feira foi criticada pela população. No terminal da Praça Parobé, no Centro da Capital, o valor de R$ 4,80 foi considerado injusto e "salgado" pelos usuários do transporte coletivo. Novo valor da passagem foi anunciado na última quarta-feira pelo prefeito Sebastião Melo. Ele é diferente da tarifa de R$ 5,20 aprovada pelo Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu).
A técnica em informática Cínara Campos Freitas, moradora do bairro Santana e que utiliza quatro ônibus para chegar até o serviço na zona Norte da cidade, disse que o preço cobrado não faz sentido. Ela realizou críticas a qualidade do serviço alegando que os ônibus estão sempre lotados e, muitas vezes, os passageiros não tem nenhum conforto, como por exemplo, um sistema de ar condicionado.
O auxiliar de estoque Daniel Silveira, residente no bairro Cidade Baixa, disse que espera que a passagem mais cara resulte em algum benefício para o passageiros. No terminal da rua Uruguai, a técnica de enfermagem Letícia Soares lamentou o reajuste da tarifa. "O trabalhador paga caro pela passagem e não tem um serviço de qualidade", lamentou.
Após definir a tarifa dos ônibus de Porto Alegre em R$ 4,80, o prefeito Sebastião Melo concedeu entrevista, nesta quinta-feira à Rádio Guaíba, e reiterou a defesa pela conectividade dos modais na Capital. A principal preocupação de Melo não é apenas atacar o gasto com o sistema, mas torná-lo moderno e eficiente.
"Nós podemos fazer a conectividade entre os modais. É uma coisa que nunca foi feita no Brasil, no Estado e aqui na cidade. Eu defendo demais a integração com as lotações, que possam abastecer eixos da cidade em que os ônibus não precisam ir. Além disso, podemos pensar ainda no uso de ônibus menores em horários com menos passageiros. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) tem os estudos necessários para encontrarmos os períodos em que é possível fazer isso", argumentou Melo.
O prefeito mencionou novamente que a Carris é um problema porque eleva passagem na cidade. "Ela custa 22% mais caro do que qualquer outro consórcio. Temos isso e mais as isenções e espero conseguir diminuí-las com a ajuda da Câmara de Vereadores. Precisamos ter a justeza no processo, para que quem realmente precise do ônibus e não possa pagar seja beneficiado e aqueles que têm condições de arcar com passagem o façam", explicou.
Na quarta-feira, Melo sugeriu a redução no número de públicos beneficiados, baixando de 14 para cinco. A pretensão da prefeitura é manter a gratuidade para idosos acima de 65 anos, estudantes de baixa renda, pessoas com enfermidades e seus acompanhantes, crianças e adolescentes que precisam de assistência social e integrantes da Brigada Militar.
Entre os públicos que perdem a gratuidade da passagem estão idosos com idade de 60 a 64 anos, professores, pessoas com HIV e acompanhantes, oficiais de Justiça, carteiros, agentes de fiscalização, guardas municipais, integrantes do Corpo de Bombeiros e ex-combatentes. “Professores já têm emprego, podem ser subsidiados pelo Município e Estado. Quanto aos carteiros, nada contra eles, mas essa isenção é uma indecência. Vou buscar na Justiça essa mudança”, prometeu. “Por que só as pessoas com HIV? Por que não outras doenças? E quem tem câncer?”, questionou durante a apresentação feita no Paço Municipal.
Com o reajuste das tarifas dos ônibus integrados operados pela Vicasa em Canoas, o valor da integração entre o metrô da Trensurb e esses ônibus integrados (realizada com o uso do cartão TEU) passa de R$ 8,58 para R$ 8,83. O desconto tarifário é de 5,56% na integração (a tarifa total sem o benefício é de R$ 9,35). Com o reajuste da tarifa dos ônibus de Porto Alegre, o valor da integração entre o metrô da Trensurb e os coletivos da Capital (realizada com o uso dos cartões SIM ou TRI) passa de R$ 7,88 para R$ 8,10. O desconto tarifário é de 10% com o uso dos cartões de bilhetagem eletrônica (a tarifa total sem o benefício é de R$ 9,00).
Correio do Povo
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