quarta-feira, 21 de julho de 2021

Homicídio culposo é linha inicial de investigação da PC no caso do desabamento de deck

 Equipe da 4ª DP de Porto Alegre procura testemunhas, analisa documentação e aguarda laudos periciais



Homicídio culposo é a linha inicial de investigação da 4ª DP de Porto Alegre no caso do desabamento do deck de um restaurante na Ilha das Flores. No acidente ocorrido durante uma festa na noite de domingo, uma pessoa morreu e ao menos outras cinco ficaram feridas, conforme registro oficial dos policiais civis.

Em entrevista à reportagem do Correio do Povo na manhã desta terça-feira, a delegada Laura Lopes confirmou que as responsabilidades do proprietário do estabelecimento, do locatário e do organizador do evento estão sendo apuradas. “É esta linha por enquanto, mas não quer dizer que não possa mudar”, ressalvou.

No inquérito aberto, seis depoimentos de testemunhas já foram colhidos. “Estamos tentando, mas está difícil encontrar as pessoas”, constatou. "Pedimos para as pessoas que estavam na festa procurarem a 4ª DP, principalmente quem ficou ferido para prestarem esclarecimentos", enfatizou.

Ela observou que o número de participantes da festa ainda é incerto. “Não havia controle exato”, observou, referindo-se ao número de convidados na festa promovida no local. Imagens que circularam nas redes sociais indicam mais de 80 frequentadores.

A delegada Laura Lopes destacou ainda que está sendo analisada a documentação que recebeu do estabelecimento e vai confrontá-la com a apresentada pela Prefeitura de Porto Alegre sobre a situação do ponto de vista legal do empreendimento. O Município abriu um processo administrativo para verificar a possibilidade de autuação do bistrô e lembrou que, devido à pandemia da Covid-19, as festas não estão autorizadas na cidade.

Representando o proprietário, o advogado Luciano Fischer declarou que o local possui autorização e plano de prevenção contra incêndio, o PPCI. “O número de pessoas estava dentro das normas estipuladas para aquele local e a manutenção era realizada periodicamente. Estes fatos serão comprovados no decorrer deste inquérito”, garantiu em nota oficial.

A titular da 4ª DP aguarda também os laudos do Instituto-Geral de Perícias. Em um comunicado, o IGP informou que já constatou o rompimento da estrutura devido ao excesso de peso, causado pela aglomeração no local.

“Havia pontos no entorno da estrutura rompida que indicavam falhas de conservação. A perícia fez o levantamento fotográfico das peças que foram rompidas, além da medição dos elementos da estrutura – a parte colapsada tem aproximadamente 50 metros quadrados”, revelou o IGP.

O projeto estrutural do deck também foi requisitado pelo IGP para análise. “O documento deve indicar o peso máximo que a estrutura poderia comportar, o que será confrontado com uma estimativa de peso das pessoas que se encontravam no local no momento do desabamento”, esclareceu. A perícia foi realizada pela Seção de Engenharia do Departamento de Criminalística do IGP.  

Correio do Povo

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