segunda-feira, 26 de julho de 2021

Deputada federal dá nome de suspeitos que podem tê-la agredido em sua casa

 


Após acordar ferida em seu apartamento funcional na Asa Norte e identificar seis lesões na face e nas costelas, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) pediu abertura de investigação sobre o caso. A parlamentar suspeita que uma terceira pessoa tenha entrado no apartamento, onde ela estava com o marido, o neurocirurgião Daniel França, e provocado as agressões. As diligências, de acordo com a congressista, estão sendo conduzidas pela Polícia Legislativa e pelo Ministério Público.

Em entrevista, Joice diz ser alvo de ameaças pelas redes sociais e de insinuações indiretas sobre sua segurança. Revela, também, que um desafeto tem acesso fácil ao prédio onde ela mora. No entanto, afirma não haver sinais de invasão no apartamento e não descarta que as fraturas tenha sido causadas por uma queda. Veja os principais trechos da entrevista:

1) A senhora contou que estava assistindo a uma série, no domingo (18), e adormeceu?

Eu tomo um remédio para adormecer. É o mesmo há 20 anos. Leva mais ou menos uns 20 minutos para fazer efeito. A série tem cerca de 40 minutos. Então, na metade do capítulo, tomei o remédio para conseguir terminar. Na hora em que terminei, desliguei a televisão e fui dormir. Coloquei meu tampão de ouvido, que uso por ter o sono muito leve. Então, adormeci, por volta de 1h da noite de sábado para domingo. Depois, às 7 horas e três minutos, acordei, no chão, de bruços, em volta de uma poça de sangue, com dente quebrado. Eu achei que tinha caído, que teria tido um mal súbito, batido a boca, e saído sangue do nariz. A conclusão óbvia, né? Fui buscar socorro com meu marido.

2) Acredita que uma terceira pessoa tenha entrado no apartamento?

É uma das hipóteses mais prováveis pelo volume de traumas e pelo fato de estar desacordada, mas eu também não descarto a possibilidade de ter caído várias vezes. O que é estranho, falando com especialistas, com os médicos, com o meu marido mesmo: quando eu acordei, estava de bruços, com o rosto no chão. Depois, descobri que estava com um galo na nuca. Para eu estar desacordada, eu teria de ter tomado uma pancada ou caído e batido a parte da nuca, a parte de trás da cabeça. Então, como eu estava de frente?

3) Se uma terceira pessoa tivesse provocado as lesões, o medicamento que já toma seria suficiente para manter o sono durante as agressões, ou seria necessário outra droga para dopá-la?

Como alguém iria me dopar comigo dormindo? Só se fosse com uma agulhada, e eu ia acordar. Então, a única possibilidade é se alguém bateu na minha cabeça, e falei isso para a Depol. Se alguém entrou aqui, foi coisa de profissional, não de amador.

4) Descartou a possibilidade de violência doméstica?

Isso é a coisa mais canalha que existe. É babaquice de louco bolsonarista, violência doméstica. Não é uma ofensa a meu marido, é uma ofensa contra mim. Que que é? O povo está achando que eu sou mulher de malandro, que vou apanhar e ficar quieta. Se houvesse pelo menos uma ameaça de violência doméstica, eu ia denunciar na polícia. Meu marido é um príncipe comigo, um lorde. Pode ter certeza de que é a sétima fratura, a que mais me dói.

5) Há alguma entrada no prédio possível de ser acessada sem passar pela guarita, para quem tem a chave?

Tem a garagem, que não passa pela guarita. Mas teria de ter ajuda de um parlamentar ou motorista de parlamentar. Todos os parlamentares e motoristas já têm os carros cadastrados e entram direto.

6) Inicialmente, pensou que seriam lesões graves e foi imediatamente ao hospital?

Não. De jeito nenhum. Eu estava com dor. Pensei que estava com dor porque dei com a cara no chão, e claro que vai doer. Meu dente foi moído. A dor do meu rosto era tão grande na parte de dentes, mandíbula, que eu não senti a dor da coluna nem o galo na cabeça.

7) Desconfia de alguém que possa ter feito isso?

Eu dei dois nomes à polícia. São desconfianças, mas eu não vou acusar, pois são casos recentes. Eu passei para a polícia, e eles vão investigar.

8) São pessoas que já a ameaçaram?

Uma delas, não diretamente, mas mandou recados indiretos. Tem acesso muito fácil aqui ao prédio. E a outra é o óbvio ululante. São pessoas que estão me ameaçando sempre e nem têm vergonha, me ameaçam publicamente nas redes sociais.

O Sul

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