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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Cooperativas gaúchas tiveram faturamento de R$ 52,1 bi em 2020, dos quais R$ 35 bilhões só no agro

 Números foram apresentados nesta quarta-feira, no programa virtual Tá na Mesa da Federasul

Mesmo no cenário de pandemia e estiagem, o cooperativismo do Rio Grande do Sul registrou alta de 6,4% no faturamento de 2020 em relação ao ano anterior. Nesta quarta-feira, no programa Tá na Mesa da Federação, transmitido pelo Facebook e YouTube da entidade, a Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) lançou o relatório Expressão do Cooperativismo Gaúcho 2021, indicando um resultado recorde de R$ 52,1 bilhões.

O conjunto das cooperativas gaúchas, conforme o presidente da Ocergs, Vergilio Perius, teve aumento 17,9% em seu patrimônio líquido, o que significa o incremento de R$ 21,2 bilhões, e atingiu R$ 2,9 bilhões em sobras (economia das cooperativas dividida entre os associados), mais 22,5% em relação a 2019. O número de associados também subiu, de 2,97 milhões em 2019 para 3,07 milhões em 2020.

Somente as cooperativas agropecuárias gaúchas, no total de 132, registraram um faturamento de R$ 35 bilhões em 2020, 11,8% a mais que no exercício anterior. "Este crescimento pode ser considerado excepcional se pensarmos que o Rio Grande do Sul sofreu muito com a estiagem", observa Perius. Ele ressalta que, atualmente, 63 cooperativas agropecuárias possuem planta agroindustrial, produzindo pelo menos 131 produtos com valor agregado. Segundo o dirigente, o setor espera melhores condições de financiamento oficial para investimentos em mais agroindústrias. "Com juros na casa dos 2,97% ao invés dos 6% atuais, quem sabe mais cooperativas possam instalar suas plantas", completa.

As cooperativas do Estado, conforme Perius, geraram R$ 2,1 bilhões em tributos no ano de 2020, sendo R$ 1,1 bilhão em tributos estaduais, R$ 1 bilhão emtributos federais e R$ 80 milhões em municipais.

O presidente da Organização Brasileira das Cooperativas (Sistema OCB), Márcio Lopes de Freitas, que também participou do programa, destacou o impacto do Plano Safra 2021/2022 no cooperativismo agropecuário e as alternativas que o segmento tem buscado no crédito privado. Freitas salientou que, hoje, o orçamento para financiar a safra brasileira beira a R$ 1 trilhão e que os recursos disponibilizados pelo governo atendem apenas 28% deste montante. "Claro que o Plano Safra está dentro do possível, mesmo com a alta de juros, mas ele é insuficiente", comenta, ao destacar que o setor cooperativo agro já vem realizando operações de captação de recursos no sistema financeiro privado, por meio de Cédula do Produtor Rural (CPR) e outros títulos.


Correio do Povo

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