Teste será feito com pessoas que participaram do estudo inicial e já receberam duas doses
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou ontem a realização de um estudo clínico com uma terceira dose da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca. O objetivo será avaliar segurança, eficácia e capacidade de provocar uma resposta imune do reforço. O teste será feito com pessoas que participaram do estudo inicial e já receberam as duas doses do imunizante. A terceira dose será aplicada entre 11 e 13 meses após a segunda.
Serão incluídos voluntários com idade entre 18 e 55 anos, que estejam altamente expostos à infecção com o novo coronavírus, como profissionais de saúde. Não serão incluídas gestantes ou pessoas com comorbidades.
O Reino Unido, que usou a vacina da AstraZeneca em massa na sua população, planeja aplicar uma terceira dose durante o outono, assim como Israel, que usou o imunizante da farmacêutica americana Pfizer.
Para a professora de Oxford e responsável pelos estudos no Brasil, Sue Ann Clemens, o objetivo desta pesquisa se mostra importante para trazer evidências científicas acerca da resposta imunológica que a vacina pode oferecer. Por outro lado, afirma que não significa a necessidade de uma terceira aplicação, neste momento, uma vez que a proteção se dá por 12 meses.
"A importância desse estudo é mostrar, com a 3ª dose, o quanto essa proteção aumentou após 12 meses da aplicação da 2ª dose. A gente já viu que estão aparecendo várias novas variantes e já se comprovou, cientificamente, que, quanto maior é a proteção, mais abrangente ela fica e pode proteger de novas cepas", afirma a professora.
A AstraZeneca já vai testar uma nova vacina no País, que teve o aval da Anvisa. No entanto, há diferenças entre as pesquisas, já que essa possível nova vacina é para testar a resposta imune contra a variante Beta, originalmente identificada na África do Sul. No Brasil, a vacina é produzida pela Fiocruz.
Agência Estado e Correio do Povo
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