Segundo ministro da Saúde, presidente pediu medida – que contraria protocolos médicos – por estar "muito satisfeito" com vacinação
O ministro da Saúde Marcelo Queiroga afirmou que o parecer anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para desobrigar o uso de máscaras por vacinados e recuperados da Covid-19 ainda é estudado pelo ministério.
"Recebi do presidente Bolsonaro hoje uma solicitação para fazer um estudo acerca do uso das máscaras. O presidente está muito satisfeito com o ritmo da campanha de vacinação do Brasil, da chegada de novas doses, da distribuição de mais de 100 milhões de doses de vacinas. O presidente acompanha o cenário internacional e vê que, em outros países onde a campanha de vacinação já avançou, as pessoas já estão flexibilizando o uso das máscaras", afirmou o ministro.
A medida foi anunciada por Bolsonaro mais cedo nesta quinta-feira. Ele afirmou, porém, que Queiroga iria "ultimar" o parecer, sem citar outros estudos adicionais. A recomendação contraria especialistas da saúde, que apontam riscos de reinfecção e de escape de vacinas naqueles que já têm anticorpos contra a doença.
A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) também pediu cautela na desobrigação do uso de máscaras. Vale ressaltar que nenhuma vacina tem 100% de eficácia contra a covid, o que possibilita que até os imunizados adoeçam e que também transmitam a doença.
Além disso, o uso de máscaras foi flexibilizado principalmente em países que têm altos indíces da população vacinada, o que não é o caso do Brasil. Nos EUA, que já desobrigou imunizados a usarem a proteção, 42% já foram totalmente imunizados, com as duas doses. No Brasil a taxa é de 11,18%.
Desde que assumiu o ministério, em março, o próprio Queiroga também sempre recomendou o uso de máscaras como medida essencial de combate à pandemia. Ele já chegou a afirmar que o "Brasil é a pátria de máscaras".
R7 e Correio do Povo
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