segunda-feira, 21 de junho de 2021

O RETORNO DO INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO - Gilberto Simões Pires

 CARLOS LANGONI

Dentre os melhores economistas brasileiros que conheci e/ou entrevistei ao longo dos anos em que atuei como condutor/apresentador de programas de rádio e televisão, um deles, sem a menor sombra de dúvida, foi o ex-presidente do Banco Central, Carlos Langoni (falecido no dia 13 deste mês). Langoni, além de sempre muito solícito, se mostrou um economista INTELIGENTE. Esta brilhante característica sempre esteve presente em todos os comentários e conteúdos que produziu ao longo de sua carreira, tanto pública quanto privada.


HOMENAGEM AO ECONOMISTA

Pois, para prestar a minha homenagem ao excelente economista Carlos Langoni, ainda que com uma semana de atraso, faço uso do ótimo artigo - LANGONI, A VERDADE DA DIREITA, do economista Samuel Pessoa, o qual está publicado no Jornal do Comércio de hoje. Pessoa faz uma importante referência a dois dos melhores trabalhos de Langoni em ECONOMIA APLICADA sobre o Brasil de todos os tempos:


1- sua tese de doutoramento defendida em Chicago e publicada no Brasil em 1974 -AS CAUSAS DO CRESCIMENTO ECONÔMICO DO BRASIL-, e


2- seu trabalho mais conhecido, um clássico, - DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E CRESCIMENTO ECONÔMICO DO BRASIL, cuja primeira edição é de 1973. 


TAXA DE RETORNO DE INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO

Carlos Langoni, como bem diz Samuel Pessoa, mostrou no seu extenso estudo, que a TAXA DE RETORNO DE INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO, na ordem de 28% ao ano, era superior ao INVESTIMENTO EM CAPITAL FÍSICO, de 16% ao ano. Mais: o RETORNO era ainda maior se o foco da POLÍTICA EDUCACIONAL fosse o PRIMEIRO CICLO DO FUNDAMENTAL, o antigo PRIMÁRIO, cuja TAXA DE RETORNO ERA DE 32% em 1960. O crescimento aumentaria se priorizassem a EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.


CAUSAS

Pessoa vai mais adiante: - No trabalho sobre as CAUSAS da piora da DISTRIBUIÇÃO DE RENDA entre 1960 e 1970, Langoni mostrou que havia forte correlação entre o aumento da desigualdade no período e o aumento do retorno da educação. Se empregarmos como medida de desigualdade a variança da renda, 35% da piora da desigualdade observada na década de 1960 foi fruto da ELEVAÇÃO DA DESIGUALDADE EDUCACIONAL; e 23% de alterações da renda associadas aos diversos níveis educacionais. 


BASE DE DADOS

Langoni, conclui Samuel Pessoa, empregou a melhor BASE DE DADOS E A MELHOR ESTATÍSTICA DISPONÍVEL à época. Como escreveu Delfim Netto no prefácio, a PESQUISA DO PROFESSOR LANGONI ESTÁ AQUI PARA SER SUPERADA. 


Assino embaixo!



Pontocritico.com

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