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sexta-feira, 18 de junho de 2021

Com concessão, duplicação das rodovias será 40 vezes maior em apenas cinco anos, afirma Leite

 Governador afirmou que iniciativa privada fará uma gestão muito mais eficiente das estradas do que o poder público


O governador Eduardo Leite reforçou nesta quinta-feira, durante a apresentação do estudo para edital de concessão de rodovias, sua convicção de que a iniciativa privada fará uma gestão muito mais eficiente das estradas do que o poder público. Segundo os cálculos do governo do Estado, em apenas cinco dos 30 anos das novas concessões, 290 quilômetros da malha rodoviária serão duplicados. Isso corresponde a 40 vezes mais do que os 7,2 quilômetros duplicados em nove anos com a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Atualmente, a duplicação dos trechos da serem concedidos é de 12%, sendo que 25% disso está avaliado no nível de serviço D ou E, que correspondem a dificuldade de ultrapassagem, velocidade inferior a 60 km/h e fila durante 80% da viagem. 88% ainda não possui ou tem acostamento com largura menos do que o determinado pela normal.

“O Estado viu ser drenada a sua capacidade de investimento ao longo da história, e quando teve, foi muitas vezes artificial, com endividamentos, e pagamos até hoje a conta”, explicou Leite, ao reiterar que a situação financeira impede o Rio Grande do Sul de fazer as intervenções necessárias nas rodovias e, consequentemente, condena o Estado a perder potenciais investimentos, como empresas que desistem do território gaúcho devido a dificuldades de acesso, por exemplo, “Na concessão, alinhamos o interesse privado legítimo de obter lucro e alinhamos isso com o interesse público de ter a estrada, do usuário de ter segurança e agilidade nos seus deslocamentos e também viabilizando que quem usufrui do investimento é quem vai pagar.”

O governador também ressaltou que a duplicação e outros investimentos nas estradas são uma questão de salvar vidas. A apresentação feita pelo governo do Estado apresentou, por exemplo, dados da CNT que mostram que 74,7% das rodovias concedidas são consideradas boas ou ótimas, enquanto que somente 32,5% das que estão sob responsabilidade da gestão pública têm esta avaliação. Além disso, o índice de mortes para cada 100 acidentes na malha rodoviária concedida é de 8,2; nas estradas geridas pelo poder público, o índice é de 12,9. Em ambas, os números caiem consideravelmente quando se fala de rodovias duplicadas: 6,5 nas concedidas e 6,6 nas públicas.

“Não tenho dúvida que, se o Rio Grande do Sul já tivesse enfrentado esse tema da duplicação a partir do investimento privado, centenas de vidas teriam sido salvas ao longo dos anos”, afirmou Leite. O governador ainda citou que, com base em dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Estado deve evitar 12 mil acidentes e preservar 780 vidas ao longo dos 30 anos de concessão. Também serão R$ 77 milhões economizados anualmente, totalizando mais de R$ 2,3 bilhões após todo o período concedido, que deve chegar a 77% de duplicação da malha rodoviária. Entre as intervenções, uma das consideradas mais fundamentais é a duplicação total entre a Capital e Caxias do Sul, que também terá parte da pista triplicada.

Das 12 praças de pedágio atuais nos trechos, nove serão mantidas e três realocadas. O número total, no entanto, será de 22. O cálculo foi feito considerando diversos fatores, como os investimentos que virão, o fluxo de veículos e o perfil das rodovias. “Como estamos ampliando o escopo, são novas rodovias que passam a integrar o modelo de concessão, estamos ampliando também investimentos. Precisa fazer com que tudo isso pare em pé”, explicou Leite. O governador ainda citou que na duplicação da BR 116, que está sendo feita com recursos do governo federal, o valor dos pedágios é de quase R$ 0,20 por quilômetro. Na concessão, a tarifa quilométrica está calculada, em média, em R$ 0,12.


Correio do Povo


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