Governador afirmou que iniciativa privada fará uma gestão muito mais eficiente das estradas do que o poder público
O governador Eduardo Leite reforçou nesta quinta-feira, durante a apresentação do estudo para edital de concessão de rodovias, sua convicção de que a iniciativa privada fará uma gestão muito mais eficiente das estradas do que o poder público. Segundo os cálculos do governo do Estado, em apenas cinco dos 30 anos das novas concessões, 290 quilômetros da malha rodoviária serão duplicados. Isso corresponde a 40 vezes mais do que os 7,2 quilômetros duplicados em nove anos com a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Atualmente, a duplicação dos trechos da serem concedidos é de 12%, sendo que 25% disso está avaliado no nível de serviço D ou E, que correspondem a dificuldade de ultrapassagem, velocidade inferior a 60 km/h e fila durante 80% da viagem. 88% ainda não possui ou tem acostamento com largura menos do que o determinado pela normal.
“O Estado viu ser drenada a sua capacidade de investimento ao longo da história, e quando teve, foi muitas vezes artificial, com endividamentos, e pagamos até hoje a conta”, explicou Leite, ao reiterar que a situação financeira impede o Rio Grande do Sul de fazer as intervenções necessárias nas rodovias e, consequentemente, condena o Estado a perder potenciais investimentos, como empresas que desistem do território gaúcho devido a dificuldades de acesso, por exemplo, “Na concessão, alinhamos o interesse privado legítimo de obter lucro e alinhamos isso com o interesse público de ter a estrada, do usuário de ter segurança e agilidade nos seus deslocamentos e também viabilizando que quem usufrui do investimento é quem vai pagar.”
O governador também ressaltou que a duplicação e outros investimentos nas estradas são uma questão de salvar vidas. A apresentação feita pelo governo do Estado apresentou, por exemplo, dados da CNT que mostram que 74,7% das rodovias concedidas são consideradas boas ou ótimas, enquanto que somente 32,5% das que estão sob responsabilidade da gestão pública têm esta avaliação. Além disso, o índice de mortes para cada 100 acidentes na malha rodoviária concedida é de 8,2; nas estradas geridas pelo poder público, o índice é de 12,9. Em ambas, os números caiem consideravelmente quando se fala de rodovias duplicadas: 6,5 nas concedidas e 6,6 nas públicas.
“Não tenho dúvida que, se o Rio Grande do Sul já tivesse enfrentado esse tema da duplicação a partir do investimento privado, centenas de vidas teriam sido salvas ao longo dos anos”, afirmou Leite. O governador ainda citou que, com base em dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Estado deve evitar 12 mil acidentes e preservar 780 vidas ao longo dos 30 anos de concessão. Também serão R$ 77 milhões economizados anualmente, totalizando mais de R$ 2,3 bilhões após todo o período concedido, que deve chegar a 77% de duplicação da malha rodoviária. Entre as intervenções, uma das consideradas mais fundamentais é a duplicação total entre a Capital e Caxias do Sul, que também terá parte da pista triplicada.
Das 12 praças de pedágio atuais nos trechos, nove serão mantidas e três realocadas. O número total, no entanto, será de 22. O cálculo foi feito considerando diversos fatores, como os investimentos que virão, o fluxo de veículos e o perfil das rodovias. “Como estamos ampliando o escopo, são novas rodovias que passam a integrar o modelo de concessão, estamos ampliando também investimentos. Precisa fazer com que tudo isso pare em pé”, explicou Leite. O governador ainda citou que na duplicação da BR 116, que está sendo feita com recursos do governo federal, o valor dos pedágios é de quase R$ 0,20 por quilômetro. Na concessão, a tarifa quilométrica está calculada, em média, em R$ 0,12.
Correio do Povo
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