domingo, 13 de junho de 2021

Após vacinação, RS vê queda em casos e mortes por Covid-19 na área da Saúde

 Profissionais integraram um dos primeiros grupos a receberem a imunização contra o coronavírus




Há mais de um ano, os profissionais de saúde estão na linha de frente no combate de uma pandemia que já soma quase meio milhão de mortes no país, sendo quase 30 mil vidas perdidas no Rio Grande do Sul. Apesar do cenário, há um alento: o início da vacinação desses trabalhadores, em janeiro, reduziu os riscos de contágio e despencou o número de mortes pela doença. 

Nos dados reunidos pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), a partir de notificações pelo e-SUS, sistema eletrônico do Sistema Único, até 4 de maio deste ano, o total de infectados nos últimos 15 meses é de 30.440 profissionais de saúde. Destes, 22.591 foram registrados em 2020 e 7.849 nos primeiros cinco meses de 2021. Segundo o boletim epidemiológico da Semana 17 (SE), o estado gaúcho reportou 1.800 novos registros no mês de maio. O saldo mensal é o menor desde janeiro deste ano, quando foram reportados 2.297 casos, uma redução de mais de 75%.

Ainda assim, representantes das categorias afirmam que os temores ainda existem, seja pela presença de variantes que podem desafiar a eficácia da vacina, como pelo estresse e por outros sintomas de exaustão cada vez mais comuns entre os profissionais.

Na área de enfermagem, mais de 75% do acumulado de casos confirmados de coronavírus entre os trabalhadores ocorreram em 2020. Dos 5.223 infectados, de acordo com os dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), pouco mais de 1 mil foram registrados a partir de janeiro. O Conselho Estadual de Enfermagem (Coren), no entanto, destaca que apesar de 2021 iniciar com uma curva acentuada de casos, os registros despencaram há dois meses, quando boa parte da categoria já havia recebido as duas doses da vacina.

O número de mortes por Covid-19 entre trabalhadores da enfermagem também diminuiu em 2021, com nove casos frente a 16 óbitos no ano anterior. Do total, 60%  são de técnicos de enfermagem.

A mesma tendência é identificada entre os trabalhadores da medicina. Um levantamento com 2,2 mil médicos gaúchos feito pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) mostra que 96,2% dos profissionais consultados estão vacinados com as duas doses e apenas 7,6% deles apresentaram sintomas gripais após a vacinação. 

De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), foram 810 vidas perdidas em decorrência do coronavírus entre trabalhadores da categoria. Só no Rio Grande do Sul foram 15 casos, mas o acumulado está longe de retratar o cenário de grande parte dos estados que perderam na média de 30 médicos pela doença. Pará, São Paulo e Paraná foram os que mais reportaram óbitos, com respectivamente, 86, 70 e 56 médicos falecidos.

Tanto o Cremers como o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) afirmaram que não têm conhecimento de casos de reinfecção entre os profissionais.

Cenário melhora, mas variantes preocupam

Até maio deste ano, técnicos, auxiliares de enfermagem e enfermeiros corresponderam, juntos, a metade dos trabalhadores de saúde contaminados em solo gaúcho. Em nível nacional, RS é apontado pelo Conselho Federal de Enfermagem como o terceiro estado com o maior registro de casos entre trabalhadores da categoria.

Para a enfermeira e conselheira do Coren, Sônia Coradini, o início de 2021 foi o “pior momento em termos de infecção” por coronavírus. “Tivemos um recrudescimento da pandemia entre final de fevereiro até abril. No início do ano tivemos aumento de 65% no número de óbitos e também aumento no número de casos. E agora, desde 12 de abril até 4 de junho, não tivemos mais casos de óbitos. Houve diminuição também em nível nacional”, destaca. 

O cenário, para Sônia Coradini, foi justificado por uma série de fatores. “Tivemos a entrada de novas variantes no país. Houve a ideia de que já estávamos controlando a epidemia. E também ao nível baixo de vacinação. Só agora que temos um resultado melhor”, afirmou. A Vigilância Estadual alerta, desde o início do ano, para a presença de variantes do coronavírus no Estado. No início do mês, o boletim estadual apontou predominância de mais de 90% da P.1.

Mesmo com a imunização tranquilizando os trabalhadores, as medidas de contenção devem seguir na mesma intensidade. “A vacina vem para diminuir os afastamentos dos profissionais, com menos deles doentes, e para tranquilizar um pouco mais o trabalho porque tu tens uma proteção. Mas mesmo assim ela não é 100%. Por um tempo, até que isso fique mais claro, vamos manter todos os cuidados. De fato, houve menos casos de profissionais afastados e a vacina é fator determinante para isso”, explicou. 

Vacinação “reforça” equipes em hospitais

Em um momento em que a ocupação hospitalar começa a desenhar uma nova curva crescente no Estado, em mais da metade das macrorregiões, inclusive em Porto Alegre, a segurança de equipes reforçadas para o atendimento de pacientes em hospitais também é um alento para o presidente do Cremers, Carlos Isaia Filho.

“A vacinação completa dos médicos e dos demais profissionais reduziu a abstenção ao trabalho, o que faz que não haja a sobrecarga cada vez maior - quando o profissional está terminando o plantão, mas ele é solicitado a continuar porque quem iria substituí-lo está afastado sem condições de assumir por conta de sintomas. Esse aspecto melhorou um pouco”, contou. “A preocupação permanece porque nós continuamos na linha de frente, não tem como fugir”. 

“Fizemos um alerta bastante importante para a classe médica que nos ajude e que ajude a população, os pacientes e familiares, no sentido de quem não foi vacinado. Vamos manter as medidas básicas para que menos pacientes sejam infectados e precisem de UTIs. Os profissionais estão virando plantões para atender à população”, salientou. 

O impacto da vacinação ao ambiente de trabalho foi também destacado pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, como algo que se reflete nos atendimentos, em um momento em que 94% de seus colaboradores estão com o ciclo vacinal completo. “O Hospital observou uma redução significativa nos afastamentos, seja por casos que testaram positivo para Covid-19 ou por suspeita da infecção”, cita trecho da nota enviada ao Correio do Povo. “Nos poucos casos registrados, os sintomas têm sido leves.”.

Correio do Povo


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