Em trecho do vídeo de delação, ex-governador do Rio acusa ministro do STF de ter vendido sentenças no TSE
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, acusou Dias Toffoli, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), de ter recebido dinheiro para vender sentenças e favorecer dois prefeitos de cidades do Rio quando atuava no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A afirmação foi feita por Caral durante uma audiência, cuja gravação em vídeo foi obtida pela reportagem do R7. Ele disse que Toffoli lidera um grupo de pessoas “para busca de vantagens indevidas”, e que foi testemunha do que relatou pois participou diretamente das ações.
“Tive a informação da prefeita Branca Motta, do município do Bom Jesus do Itabapoana […]. A prefeita Branca Motta é uma aliada minha durante os últimos 20 anos. Ela me relatou, em 2014, que tinha sofrido uma derrota no TRE [Tribunal Regional Eleitoral do Rio] e estava recorrendo para não ser cassada no TSE”, relatou o ex-governador.
Por intermédio de José Luiz Solheiro, prosseguiu o ex-governador, a prefeita então “encontrou a solução para conquistar com vantagens indevidas o voto de Dias Toffoli no Tribunal Superior Eleitoral”. Para isso, ainda de acordo com Cabral, Branca Motta teve o auxílio de um advogado da cidade de Brasília. Ao todo, foi paga uma quantia de R$ 1 milhão em dinheiro vivo a Toffoli para que a prefeita tivesse seu mandato salvo, disse o ex-governador.
Além disso, ele afirmou ainda que tem conhecimento de outros casos semelhantes, dos quais não teria participado diretamente.
Segundo Cabral, os políticos de seu grupo buscavam “com José Luiz Solheiro soluções no Tribunal Superior Eleitoral, e não estou excluindo do Supremo Tribunal Federal, porque Solheiro operava para Dias Toffoli sob qualquer circunstância”.
Dias Toffoli foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral entre maio de 2014 e maio de 2016.
Fachin proibiu PF de investigar Toffoli
No último dia 14, o ministro Edson Fachin, do STF, negou o pedido da Polícia Federal para investigar Dias Toffoli, que havia tido o nome citado durante a delação de Cabral. Na decisão, Fachin ainda proibiu novas investigações com base no depoimento até o julgamento do processo pelo Plenário do STF, que ocorreu nesta sexta.
Sérgio Cabral está preso desde novembro de 2016. Ele é condenado em mais de 13 ações penais que, somadas, ultrapassam 280 anos de reclusão.
Correio do Povo
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