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quinta-feira, 27 de maio de 2021

Compra de 9 milhões de medicamentos do ‘kit intubação’ anunciada por Doria em abril ainda não foi realizada

 A compra emergencial internacional de 9 milhões de medicamentos do “kit intubação” para pacientes com Covid-19 anunciada em abril pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ainda não foi finalizada.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o processo está em andamento. O kit é composto por sedativos e neurobloqueadores que são essenciais para a ventilação mecânica de pacientes com Covid em UTI.

Na segunda-feira (24), a Santa Casa de Araraquara, no interior do estado, suspendeu procedimentos não urgentes por conta da falta de “kit intubação”.

No dia 13 de abril, o governador de São Paulo acusou que o governo federal não estava oferecendo a distribuição adequada para os estados e anunciou a compra internacional emergencial para que os hospitais não ficassem sem estoque.

Durante o pico de internações pela doença, em março, o país passou por uma crise de desabastecimento desses insumos. Na época, o Ministério da Saúde determinou a requisição administrativa desses medicamentos.

“Nenhum fabricante do país pode vender ao setor público ou privado os medicamentos para intubação. O que é um absurdo numa circunstância como essa, dado o fato que, até então, eram os governos estaduais e os hospitais privados que faziam essas compras”, disse Doria em 13 de abril.

A gestão do tucano afirmou que a compra internacional seria realizada nos próximos dias para “garantir um período de 30 a 40 dias desses materiais para os hospitais municipais, estaduais e filantrópicos”.

O chamamento público para a apresentação de cotação de preços para aproximadamente 9 milhões de medicamentos foi publicado no Diário Oficial do estado em 27 de abril. Empresas nacionais e internacionais poderiam enviar as propostas até 30 de abril.

Nesta terça-feira (25), o G1 questionou a Secretaria Estadual da Saúde sobre o resultado da compra. Em nota, a pasta afirmou que os trâmites para a compra emergencial internacional ainda estavam em andamento e não deu previsão sobre a finalização do processo.

A pasta disse ainda que “tem feito pequenas aquisições no cenário nacional e remanejamentos entre hospitais das regionais de saúde visando manter o atendimento da população”.

A gestão estadual voltou a criticar o governo federal, afirmando que o Ministério da Saúde entregou apenas 469,2 mil (16,7%) dos 2,7 milhões de medicamentos solicitados pelo estado para o mês de maio.

“A requisição administrativa desses itens pelo Ministério, somada ao aumento da demanda de internação em todo país e à dificuldade de fornecimento pelos fabricantes e distribuidores tem prejudicado o reabastecimento da rede e tentativas de compras realizadas diretamente pelos serviços. […] A pasta reitera a importância de providências para que o SUS consiga manter a assistência à população”, diz a nota.

Ao G1, o Ministério da Saúde afirmou que acompanha semanalmente a disponibilidade de medicamentos de intubação em todo o Brasil e que envia informações da indústria para que estados possam realizar as aquisições. “Neste ano, para São Paulo,  foram distribuídos mais de 1 milhão de medicamentos – entre os dias 22 e 23 de maio, foram entregues no estado 118,9 mil unidades desses insumos. Novas remessas estão previstas para serem entregues nas próximas semanas”.


Gazeta Brasil

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