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sexta-feira, 28 de maio de 2021

Bolsonaro aciona STF contra decretos estaduais que impõem restrições na pandemia

 Presidente disse que tentativas de gestores para controlar Covid-19 desrespeita direitos constitucionais


O presidente Jair Bolsonaro entrou nesta quinta-feira com uma nova ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra medidas restritivas impostas por governadores para conter o avanço da pandemia. O pedido é para derrubar decretos de Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Norte. Conforme a ciência e principais autoridades médicas, a única forma efetiva de evitar o contágio epidêmico da Covid-19 é o distanciamento social.

O governo alega que os Estados não têm autorização legal para determinar, unilateralmente, "toques de recolher" e "lockdown". "A decretação de medidas de fundo sanitário com trágicas consequências para os direitos das pessoas somente pode ser viabilizada por meio de instrumentos institucionais compatíveis com a democracia e o Estado de Direito", diz um trecho da ação. O documento é assinado pelo próprio presidente e pelo advogado geral da União, André Mendonça.

Em março, Bolsonaro já havia entrado com uma ação para tentar derrubar decretos da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul que determinaram limites nos horários de comércio como estratégia de enfrentamento da Covid-19. O pedido foi rejeitado pelo ministro Marco Aurélio Mello. Na ocasião, o decano do STF entendeu que caberia à AGU formalizar o pedido.

Desde o início da pandemia, o Supremo tem sido acionado para arbitrar a briga travada pelos entes federativos em torno das estratégias para conter os surtos de coronavírus. Em abril do ano passado, os ministros decidiram que governantes locais têm autonomia para adotar medidas de quarentena e isolamento social. Na nova ofensiva contra os governadores, Bolsonaro deixa claro que não está contestando a prerrogativa, mas argumenta que "algumas dessas medidas não se compatibilizam com preceitos constitucionais inafastáveis".

"Mais do que isso, essas medidas ignoraram a necessidade de promover a harmonização da proteção da saúde com outros direitos fundamentais que compõem a dimensão do mínimo existencial das pessoas, dentre eles o direito de trabalhar para a obtenção do sustento vital. Em decorrência de atos como o ora questionados, estima-se que milhões de brasileiros encontram-se impedidos pelo poder público local de exercer um dos mais básicos direitos do ser humano, que é o de lutar pela subsistência própria e familiar", afirma o presidente.


Agência Estado e Correio do Povo

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