Dois dias depois da morte do filho de 4 anos, Monique Medeiros, trocou mais de 300 mensagens no celular com os pais
A polícia do Rio de Janeiro recuperou mensagens apagadas do celular de Monique Medeiros, mãe de Henry Borel. Agentes aguardam a conclusão de dois laudos para indicar a mãe e o padrasto do menino, Doutor Jairinho, por homicídio duplamente qualificado, com emprego de tortura e sem chance de defesa para a criança.
Dois dias depois da morte de Henry, Monique trocou mais de 300 mensagens no celular com os pais. A polícia teve acesso a mais conversas que haviam sido apagadas do aparelho.
Em um dos trechos, Monique escreve para o pai: "Devo merecer o que está acontecendo. Foram escolhas minhas, agora estou colhendo. Me sinto muito culpada".
As investigações também recuperaram uma conversa com Rosângela Medeiros, a mãe de Monique. Ela diz à filha: "Não tenha medo de nada, o que não foi feito ou da maneira como foi feito, foi o seu entendimento como mãe. Mãe quer sempre educar, mesmo que muitas vezes, nos pareça errado".
Para a polícia, as mensagens reforçam a tese de que Monique tinha conhecimento das agressões que Henry sofria de Doutor Jairinho. O casal está preso desde o dia 8 de abril por suspeita de homicídio duplamente qualificado - com emprego de tortura e sem chance de defesa para a criança.
A polícia aguarda dois laudos para concluir o inquérito: a perícia no celular de Jairinho e o resultado do exame toxicológico para identificar se Henry estava sob efeito de algum medicamento. Com os documentos em mãos, o delegado deve encerrar o caso até a próxima sexta-feira (30).
O atraso no resultado do exame aconteceu porque, há uma semana, uma chuva forte atingiu o prédio do IML (Instituto Médico Legal) do Rio, onde fica o laboratório, e o teto caiu. Mas o material colhido do corpo de Henry não foi afetado
Doutor Jairinho, que enfrenta um processo de cassação na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, também pode perder a Medalha Tiradentes da Assembleia Legislativa, concedida a pessoas que prestam serviços relevantes ao estado. O Diário Oficial do Rio de Janeiro publicou um projeto para revogar a honraria. A proposta ainda será votada.
R7 e Correio do Povo
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