quarta-feira, 28 de abril de 2021

Ministério da Saúde divulga normas da vacinação da Covid-19 em pessoas com comorbidades

 Divisão ocorre em duas fases, com escalonamento de idade e prioridades para pessoas com síndrome de Down e que fazem tratamento por diálise



O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica com as diretrizes da vacinação da Covid-19 para o grupo das comorbidades, o próximo a ser contemplado pelo Plano Nacional de Imunizações. No Rio Grande do Sul, há mais de um milhão de pessoas que se encaixam no perfil. De acordo com o divulgado pelas autoridades nacionais, serão duas fases, divisão que ocorre pela baixa oferta e ritmo lento de imuziantes.

A primeira delas contempla pessoas maiores de 18 anos com síndrome de Down e doenças renais que fazem tratamento por diálise; gestantes e puérperas que passaram há menos de 45 dias pelo parto e têm alguma comorbidade; pessoas com 55 a 59 anos com comorbidades; pessoas com deficiência permanente cadastradas no programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC), de 55 a 59 anos.

A segunda etapa abrange demais pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente cadastradas no BPC e gestantes e puérperas independentemente de condições pré-existentes e divididas por idade, assim como ocorre no grupo dos idosos. Após completar a faixa das pessoas de 55 a 59 anos, inicia-se a aplicação nas pessoas com 50 a 54 anos, depois 45 a 49 anos e assim por diante, até os 18 anos.

A diretora do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde da Secretaria Estadual da Saúde, Ana Costa, ressalta que “certamente não receberemos doses suficientes para vacinar todas as pessoas da fase 1 de uma vez, então, mesmo dentro da priorização elencada pelo Ministério, a vacinação ocorre conforme a chegada das vacinas ao Estado. Em maio, esperamos iniciar essa etapa em todo o território gaúcho”.

Critérios

De acordo com o Ministério da Saúde, a priorização das pessoas com síndrome de down, gestantes com comorbidades bem como pacientes em diálise independente da faixa etária foi fundamentada nas seguintes considerações:

- As pessoas com Síndrome de Down, devido a características intrínsecas da trissomia do cromossomo 21, possuem elevado risco para complicações pela Covid-19 bem como historicamente uma expectativa de vida reduzida. Desta forma seguir apenas o ordenamento por faixa etária retardaria a vacinação de parcela expressiva desta população, que se encontra em risco desproporcionalmente aumentado.

- Os pacientes renais em diálise possuem risco potencializado à exposição pelo procedimento frequente, muitas vezes em ambiente hospitalar, além de habitualmente apresentarem comorbidades adicionais (como hipertensão, diabetes, entre outros). Do ponto de vista operacional ainda esses pacientes devem ser vacinados nas clínicas de diálise, o que viabiliza a vacinação da totalidade deste grupo em número reduzido de visitas as clínicas, o que não seria possível caso o grupo fosse estratificado. 

- As gestantes com comorbidades possuem risco obstétrico elevado independentemente da idade, sendo ainda habitualmente indivíduos de menor faixa etária, de tal forma que seguir a estratificação por faixa etária neste grupo atrasaria a vacinação daquelas em maior risco.

Ainda que a segurança e eficácia das vacinas não tenham sido avaliadas neste grupo, o Ministério da Saúde aponta que, "com base nas evidências cienficas e dados epidemiológicos disponíveis foi evidenciado que a gestação e puerpério são fatores de risco para desfechos desfavoráveis da Covid-19, tanto no que diz respeito ao risco de hospitalização e óbito, mas também em desfechos gestacionais desfavoráveis como parto prematuro, abortamento".

Levantamento de evidências sobre recomendações nacionais e internacionais de vacinação de gestantes, puérperas e lactantes realizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) aponta que entitadades da área defendem a vacinação das mulheres nessas condições, se pertencentes a algum grupo prioritário. "Considerando ainda o momento pandêmico atual no Brasil com elevada circulação do SARS-CoV-2 e aumento no número de óbitos maternos pela covid-19 ficou entendido que, neste momento, é altamente provável que o perfil de risco vs benefício na vacinação das gestantes seja favorável", afirma a nota técnica.

Correio do Povo

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