quinta-feira, 1 de abril de 2021

Inflação do aluguel acumula alta de 31,1% em um ano, diz FGV

 por Fernanda Brigatti

16085127185fdff4ce7c401_1608512718_3x2_rt.jpg

IGP-M subiu 2,94% em março, maior alta para o mês desde o Plano Real

O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) subiu 2,94% no mês de março, informou a FGV (Fundação Getúlio Vargas) nesta terça (30). Em 12 meses, a inflação do aluguel —como o indicador é conhecido— acumula alta de 31,10%.

 

A variação mensal é a maior para meses de março desde o início do plano Real, em julho de 1994. No acumulado em 12 meses, o resultado deste mês só é menor do que o registrado em maio de 2003, quando o índice chegou a 31,53%.

A inflação do aluguel divulgada nesta terça terá efeito sobre os contratos de locação com vencimento em abril. Se o proprietário decidir aplicar integralmente a variação do IGP-M, um aluguel de R$ 2.000 passará a custar R$ 2.622 no mês de maio.

Segundo a FGV, o índice continua sofrendo a pressão dos preços de produtos agropecuários. Em março, o efeito dessas altas se espalharam por todos os componentes do IGP-M, que subiram.

André Braz, coordenador de índice de preços, diz que a alta dos combustíveis neste mês contribuiu para a elevação de dois tipos de inflação que compõem o IGP-M, o IPA (Índice de Preço ao Produtor Amplo) e o IPC (Índice de Preços ao Consumidor).

No IPA, o óleo diesel registrou alta de 25,87% em março, e a gasolina automotiva, 23,81%, as duas maiores influências positivas. As commodities negociadas em dólar, como minério de ferro (2,68%) e soja em grãos (1,93%), subiram menos, mas ainda aparecem em elevação, junto de adubos e fertilizantes (14,32%).

As matérias-primas brutas, diz Braz, subiram menos em março –de 3,72%, em fevereiro, para 2,11%, neste mês–, mas elas acumulam elevação de 70,13% em 12 meses.

“Com uma alta tão elevada assim, elas contaminam outros estágios de processamento, chegando aos bens intermediários e finais”, afirma o pesquisador.

No IPC, os grupos de despesas com maiores elevações em março foram alimentos e transportes, com altas de 12,06% e 7,55%, respectivamente.

Por produto, os itens que mais influenciaram foram gasolina, que subiu 11,33%, etanol, com 16,64%, e gás de botijão, 4,23%. A variação mensal do índice ao consumidor foi de 0,98%. Sem a elevação dos combustíveis, teria sido de 0,30%.

A inflação da construção civil, o INCC, registrou alta de 2% em março, pressionada pelos preços de materiais, equipamentos e serviços, grupo de despesas que acumula elevação de 22,54% em um ano.

Em março, os preços de vergalhões e arames de aço ao carbono subiram 19,39%, a maior influência de alta no INCC. Tubos e conexões de PVC tiveram variação de 7,62%, e tubos e conexões de ferro e aço, 5,64%.

A indústria da construção vem apontando os preços de matérias-primas como um risco à sustentabilidade de contratos, principalmente no segmento de habitação econômica via Casa Verde e Amarela.

Há uma semana, A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) pediu ao governo a redução do imposto de importação do aço. A entidade diz que 84% das empresas que atuam no setor estão relatando desabastecimento do material.

O coordenador de índice de preços da FGV diz que o IGP-M deve seguir em elevação pelo menos até o fim do primeiro semestre.

Apesar da aceleração do IGP-M desde o ano passado, o setor imobiliário diz que o repasse não está chegando integralmente aos contratos de aluguel, principalmente os residenciais.

A pesquisa de locação do Secovi-SP (sindicato da habitação) mostra uma elevação de 0,80% no valor médio dos aluguéis na capital paulista nos 12 meses até fevereiro. Para a entidade, a variação demonstra estabilidade e também a prevalência de negociações entre proprietários e inquilinos.

No IPC, que integra o IGP-M, a variação dos aluguéis residenciais também mostra estabilidade, com alta de 0,88% em março.

Para Moira Toledo, chefe do jurídico da Lello Imóveis, esse descolamento dos reajsutes médios em relação à inflação dos aluguéis demonstra a disposição dos proprietários em negociar a correção dos contratos.

"No ano passado, a gente vinha de um ciclo de muitas renegociações em função das restrições da pandemia. Quando veio a reabertura, o IGP-M disparou. Percebendo isso, a gente entendeu que era necessário estimular que as partes negociassem", afirma.

Desde novembro, quando a Lello criou uma ferramenta digital de negociações, somente 11% dos proprietários exigiram a aplicação integral do IGP-M nos contratos. Os demais se dividiram entre não reajustas (26%), propor outro índice (29%) ou usar o IPCA (33,82%).

No início deste ano, a Lello anunciou a substituição do IGP-M pelo IPCA como padrão nos contratos de locação. A medida já tinha sido adotada no ano passado pelo Quinto Andar, startup de administração de imóveis.

DICAS PARA QUEM ESTÁ COM CONTRATO PRÓXIMO AO VENCIMENTO 

  1. Antecipe a conversa

    Procure a imobiliária antes do período de vencimento

  2. Reúna informações

    Procure saber se seu aluguel está condizente com o padrão da região em que mora

  3. Mantenha bom histórico

    Pagamentos em dia são vantajosos para o proprietário e podem ser um estímulo ao desconto

  4. Faça as contas

    Tenha em mente um percentual que considere possível pagar, para ter meios de negociar

Segundo a empresa, 35% dos contratos firmados desde novembro, quando a mudança foi implementada, estão usando a inflação oficial como referência para o reajuste. O IPCA passou a ser o padrão, mas os proporietários ainda podem solicitar o uso do IGP-M.

Para o inquilino com contrato perto do vencimento, o ideal é se antecipar e já buscar a negociação com a imobiliária ou com o proprietário. Antes de fazer isso, porém, é recomendável verificar a média dos aluguéis na região em que mora. Com essas informações, pode ficar mais fácil pleitear reajustes menores.

Além de ser o índice mais usado no mercado imobiliário, o IGP-M também é utilizado nos cálculos de reajustes e revisões tarifárias dos setores de energia elétrica e de telefonia. Segundo André Braz, os contratos usam fórmulas que consideram apenas parte do índice. O cálculo considera o quanto cada segmento é exposto às variações cambiais.

Assim, se um setor tem 30% de sua cesta de custo afetada pelo dólar, ele usará esse percentual do IGP-M. "Os contratos usam fórmulas paramétricas que pegam uma fração de diversos índices. O IGP-M não tem mais o poder de indexar como tinha no pasado".

Fonte: Folha Online - 30/03/2021 e SOS Consumidor


Liquidificador Philco PH900 2L Preto com Filtro - 12 Velocidades 1200W


Embraer apresenta seu 'carro voador' elétrico em voo pela primeira vez


Pelo 2º mês seguido de alta, RS gera quase 30 mil empregos formais em fevereiro


Senado aprova multa a empresas que pagarem salários menores a mulheres


EUA discutirão possibilidade de fornecer vacinas e insumos ao Brasil, diz Pacheco


Em carta, Grupo de Agricultores Indígenas defende liberdade e autonomia de comunidades produtoras


Banco Central libera pagamentos pelo WhatsApp


Ganhador da Mega da Virada pode perder prêmio de mais de R$ 162 milhões


Reservas do Grêmio empatam com São Luiz em jogo movimentado


Ganhador da Mega da Virada pode perder prêmio de mais de R$ 162 milhões

Nenhum comentário:

Postar um comentário