Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo |
Você provavelmente já ouviu, se interessou ou participou alguma discussão sobre repasses do governo federal para estados e municípios em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19.
Em meio a um tiroteio de narrativas de lado a lado, nós, da Gazeta do Povo, nos propusemos a colocar luz nesse debate.
Deixamos de lado as versões e mergulhamos apenas nos fatos.
Após duas semanas de apuração, nossa especialista em economia Jéssica Sant’Ana compilou dados do Banco Central que expõem a seguinte realidade:
Após o socorro financeiro bilionário da União, as finanças públicas estaduais e municipais fecharam o ano de 2020 praticamente ilesas à pandemia de Covid-19. Enquanto o governo federal teve um rombo histórico e viu a dívida pública aumentar, governadores e prefeitos registraram a maior disponibilidade de caixa dos últimos 20 anos e encerraram o ano no azul, no melhor resultado primário desde 1991.
A União repassou ao todo R$ 60 bilhões a estados e municípios, em quatro parcelas pagas entre junho a setembro. Foram R$ 10 bilhões destinados a ações de saúde e assistência social, sendo R$ 7 bilhões a governadores e R$ 3 bilhões a prefeitos. Os R$ 50 bilhões tiveram aplicação livre, sendo R$ 30 bilhões para os estados e R$ 20 bilhões para os municípios. A União também suspendeu o pagamento de dívidas dos governos locais. Com isso, prefeitos e governadores tiveram uma folga de R$ 65 bilhões, totalizando a ajuda extra do governo federal aos governos locais em R$ 125 bilhões. O conjunto dos estados e municípios teve um superávit primário de R$ 38,75 bilhões no ano passado, de acordo com dados do Banco Central. Esse é o montante em que as receitas superaram as despesas. O resultado é o melhor da série histórica, iniciada em 1991. Todos os dados da reportagem, com gráficos, estão aqui: |
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