Ministro das Relações Exteriores participa de sessão nesta quarta-feira no Senado e rebate críticas
Em sessão realizada nesta quarta-feira (24) no Senado Federal, senadores de diversos partidos subiram o tom e defenderam publicamente que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, saia do cargo.
O objetivo da audiência com o ministro era debater sobre a atuação do Itamaraty na aquisição de vacinas contra a covid-19. A presença de Araújo no Parlamento ocorre no momento em que a pandemia assola o Brasil, com alto ritmo de contaminação, recordes nas mortes, sistemas de saúde em colapso e lenta vacinação.
Araújo ouviu de integrantes de diversos partidos, como PSDB, Rede, PT e Cidadania, que sua atuação no ministério é desastrosa, que deve sair do cargo e que, sem ele, o Brasil é melhor.
Uma das senadoras que criticou o ministro foi Mara Gabrilli (PSDB-SP). “A cara do Brasil é de um país que está colocando o planeta em risco. Por favor, chanceler, põe a cabeça no travesseiro e pense com consciência se não valeria a pena o senhor abrir mão desse cargo. Não é pessoal. É o cargo. É o seu trabalho no cargo. O senhor não foi bom para o Brasil. Eu tenho certeza que o Brasil é melhor sem o senhor. Pede para sair e durma com a consciência tranquila”, defendeu.
A presidente da comissão de relações exteriores, senadora Katia Abreu (PP-TO), também advertiu o ministro. A parlamentar considera a atuação de Araújo desastrosa e alertou sobre os números de brasileiros vacinados.
Mais cedo, Araújo tinha repetido discurso do presidente Bolsonaro em pronunciamento nacional de cadeia e rádio de que o Brasil era o quinto país que mais vacinava no mundo.
“O governo tem decantando em verso e prosa em relação ao número de vacinados e alega que o Brasil está entre os cinco maiores vacinados. Ele não está mentindo, realmente 12 milhões de vacinas foram vacinadas no país. Mas em relação a termos percentuais e proporcionais, somos um dos mais baixos. Se nós dividirmos quem tomou as duas doses, temos apenas 1,9% de vacinados”, afirmou Kátia.
O autor do requerimento do convite, senador Fabiano Contarato (Rede-ES), afirmou que a história da diplomacia brasileira é marcada por relação pacífica e respeitosa em relação a soberania dos demais países. “Vossa excelência, com todo o respeito, vem na contramão desse histórico, abrindo mão da ciência, em nome de convicções ideológicas, o que vem custando a vida desses 300 mil brasileiros”, disse.
O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) também defendeu a saída de Araújo e o chamou de office boy de luxo. "Ao participar de tudo isso, de ver as aglomerações, de ver as atitudes do presidente, o senhor fez o que, ministro? O senhor concordou com ele, desculpa a expressão, como se fosse um office boy de luxo?", questionou.
Araújo rebateu os comentários dos senadores, os quais muitos ele considerou ser retórico, e não objetivo - motivo pelo qual alegou não responder diversas perguntas feitas a ele. O ministro afirmou que está qualificado para o cargo, tem diariamente trabalhado para maior aquisição de vacinas e que nenhuma questão política está impedindo as tratativas do ministério com demais países.
"Sim, estou perfeitamente qualificado, capacitado e entusiasmado em trabalhar, e tenho a capacidade, tenho certeza, juntamente com a equipe do Ministério das Relações Exteriores, de adquirir todas as vacinas que serão determinadas no nosso plano de vacinação. O Itamaraty não é o Ministério da Saúde. Então, amanhã eu não posso chegar num país x, y e z e querer comprar vacina, se isso não faz parte da estratégia, que é definido pelo Ministério da Saúde", disse.
"Nenhuma questão política está impedindo nenhum tipo de importação, seja de vacinas ou de insumos. A Índia já permitiu a exportação dessas quatro milhões de doses prontas e a China, exportação do equivalente a 34 milhões de doses", acrescentou.
O ministro repetiu declaração dada durante sessão na Câmara dos Deputados de que o Brasil receberá insumos para a produção de 32 milhões de doses da vacina de Oxford. Segundo ele, a carga chegará em três voos da China até sexta-feira (26).
Araújo afirmou, ainda, que se orgulha de sua atuação à frente da pasta. "Essa é a minha convicção. Contarei aos meus netos que fiz parte de projeto de transformação do Brasil. Espero poder contar que será um projeto bem-sucedido, que livrou o Brasil da corrupção, do atraso, da indignidade, e da falta de condições para os brasileiros. Tenho amor profundo pelos brasileiros. E não admito que ninguém o questione."
R7 e Correio do Povo
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