Estimativa foi anunciada pela Emater nesta quinta-feira e representa um crescimento de 80,02% sobre o volume colhido na safra 2019/2020, quando a oleaginosa sofreu quebra em razão da estiagem
O Rio Grande do Sul deve colher até o final de abril 20,20 milhões de toneladas de soja, o maior volume de sua história. O número foi anunciado na manhã desta quinta-feira na coletiva de atualização da estimativa para a safra de grãos de verão do Estado no ciclo 2020/2021, feita pela Emater/RS-Ascar. O volume previsto para a soja é 80,02% maior que o da safra passada, quando, em razão dos efeitos da estiagem, a produção total da oleaginosa foi de 11,22 milhões de toneladas, e 6,63% acima da estimativa inicial, apresentada na Expointer do ano passado, de 18,94 milhões de toneladas. A safra atual também reflete um aumento de 1,56% na área plantada com soja, que chegou a 6,07 milhões de hectares, contra 5,98 milhões de hectares da safra anterior. A média de produtividade das lavouras até o momento é de 3,32 toneladas por hectare.
De acordo com a Emater, o milho, cultura mais impactada pela estiagem na safra 2019/2020 e também na safra atual, deve atingir uma produção de 4,32 milhões de toneladas, 27,19% a menos que a estimativa inicial, a qual previa uma colheita de 5,93 milhões de toneladas, mas 4,16% acima da produção do ano passado, de 4,15 milhões de toneladas.
O feijão primeira safra também registrou perdas em relação ao estimado inicialmente pela Emater, devendo obter uma produção de 51,55 mil toneladas, 4,87% menos que no ciclo anterior. Na segunda safra, com a melhoria das condições climáticas, devem ser colhidos 31,55 mil toneladas, 19,80% mais que em 2020.
No total, a safra de grãos de verão do Rio Grande do Sul estimada pela Emater - que não inclui os dados do plantio de arroz, projetados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) - deve atingir 24,61 milhões de toneladas, 59,24% maior que a de 2019/2020, quando o Estado colheu 15,45 milhões de toneladas, reflexo de perdas na soja e no milho. O diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, observa que a consolidação dos números ainda depende das condições climáticas até o final da colheita, mas assegura que as perspectivas "são as melhores".
O presidente da Emater, Geraldo Sandri, também destaca o quanto o volume de grãos deve impactar no Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul neste ano. "No ano passado, nosso PIB caiu em 7% em razão das perdas com a estiagem, o que deve ser revertido com a safra excepcional que projetamos colher", acrescenta.
Correio do Povo
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