segunda-feira, 8 de março de 2021

Polícia do Paraguai dispersa protesto em frente à casa do presidente

 Grupos pedem renúncia de Mario Abdo Benítez, a quem acusam de falhas na gestão da crise na pandemia



As forças policiais dispersaram durante a madrugada deste domingo em Assunção um grupo de pessoas que se reuniu em frente à residência presidencial e tentou romper a barreira de segurança perimetral, em uma área onde está localizada a embaixada dos Estados Unidos, e como parte dos protestos exigindo a renúncia do presidente do Paraguai, Mário Abdo Benítez.

A Polícia Nacional, juntamente com a tropa de choque, respondeu com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo e fez pelo menos 12 detenções, segundo informações de porta-vozes das forças de segurança. O grupo tinha ido à residência presidencial para exigir a renúncia do chefe de Estado após o fim de outra marcha maciça no centro de Assunção.

Os manifestantes denunciam a falta de medicamentos nos hospitais e a forma como o governo lidou com a pandemia. O grupo que tentou se aproximar de Mburuvicha Roga, o nome da residência oficial, havia exigido um encontro com o ministro do Interior, Arnaldo Giuzzio.

Como não foram atendidos, eles tentaram romper a barreira do perímetro, relatou à imprensa dos integrantes dos protestos. Segundo a polícia, os manifestantes atiraram pedras e fogos de artifício nas proximidades da residência, e depois recuaram devido à intervenção das forças de segurança. A autoridade policial informou que depois disso a situação ficou calma, as cercas foram reforçadas e o tráfego foi cortado nas vias adjacentes.

O incidente ocorreu após a grande manifestação no centro histórico de Assunção. Na sexta-feira, outra marcha em frente ao prédio do Congresso foi reprimida pela polícia e seguida de confrontos que deixaram cerca de 20 pessoas feridas.

Também neste sábado, Abdo Benítez anunciou em um pronunciamento em cadeia nacional a substituição de quatro ministros, incluindo saúde e educação. Ele disse ter adotado as medidas "em prol da pacificação".

A situação atual começou no início desta semana com protestos de enfermeiras e parentes de pacientes com Covid-19, que denunciaram a falta de suprimentos na rede de saúde pública. Na sexta-feira, o então ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, renunciou, o que não impediu novas manifestações, ainda maiores.


R7 e Correio do Povo

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