Protestos são contra o mau desempenho de Mario Abdo na crise da saúde devido à pandemia da Covid-19
Uma nova mobilização está sendo preparada nesta segunda-feira no Paraguai, abalado desde sexta-feira por protestos exigindo a renúncia do presidente Mario Abdo. Os manifestantes acusam o governante de mau desempenho na crise da saúde devido à pandemia da Covid-19.
Embora o presidente tente conter os protestos com a nomeação de novos ministros e a promessa de "corrigir" seus erros, os manifestantes irão às ruas novamente com a tradicional marcha do Dia da Mulher. A manifestação feminista em Assunção está programada na praça da Democracia e a concentração de opositores na praça do Congresso. Na noite de domingo, centenas de pessoas tentaram chegar à casa do presidente para exigir sua renúncia, mas a marcha foi bloqueada pela polícia.
Na madrugada desta segunda-feira, um grupo de manifestantes se dirigiu para as proximidades da residência do ex-presidente Horacio Cartes (2013-2018), onde foram dispersos por forças de segurança.
Vacinas, a prioridade
A chegada de apenas 4.000 doses de vacinas Sputnik V destinadas ao pessoal de terapia intensiva dos hospitais gerou o descontentamento que apontou para a gestão oficial. O presidente chileno, Sebastián Piñera, ajudou Abdo enviando imediatamente 20.000 doses de vacinas de Coronavac, na China, para o pessoal de saúde no último sábado.
Por sua vez, o presidente do Senado do Paraguai, Oscar Salomón, anunciou nesta segunda-feira que em poucos dias chegarão mais 36 mil doses da vacina contra a Covid-19. O Paraguai, com pouco mais de 7 milhões de habitantes, espera, sem datas precisas, a importação de 4 milhões de vacinas pelo sistema Covax estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), além de um milhão de doses da Sputnik V.
"Queremos obter a maior quantidade de vacinas no menor tempo possível", disse o novo ministro da Saúde, Júlio Borba, em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
O governante substituiu Julio Mazzoleni, cuja renúncia foi exigida pela oposição na última quinta-feira. A oposição - minoria no Congresso - liderada por Efraín Alegre, ex-rival de Mario Abdo nas eleições de 2018, anunciou que elaborará um pedido para tentar o impeachment do presidente.
No entanto, isso não será possível sem o apoio dos seguidores do ex-presidente Cartes, um dissidente de Abdo no partido governista Colorado. O descontentamento popular foi gerado há 10 dias, com protestos em frente aos hospitais de familiares de pacientes com Covid-19, unidos por médicos e enfermeiras, devido à escassez de medicamentos no setor público e preços excessivos no setor privado.
Até agora, a pandemia deixou um saldo de mais de 168.000 infecções e 3.318 mortes.
AFP e Correio do Povo
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