Por Paulo Polzonoff Dizem para a gente sempre tentar se colocar no lugar do outro. É um bom conselho e o que faço neste texto. Respiro fundo, fecho os olhos, conto até três e, quando dou por mim, sou um menino que se diz menina e que, por acaso, gosta de praticar esportes e competir. Talvez eu sofra de disforia de gênero. Talvez eu esteja apenas tentando provar a superioridade da tecnologia e da razão sobre a natureza humana. Talvez.
Só sei que, de uma hora para outra, e apenas para poder escrever este texto, volto ao papel de Rebeca. E peço que me respeitem. Porque, na condição de transgênero, sou essencialmente vítima de uma sociedade que ainda não se percebeu escrava de seus corpos. Sou, ainda, a vanguarda de uma tecnocracia e hedonismo levados às últimas consequências. Mas nem convém entrar nesses assuntos agora.
O fato é que gosto de competir... |
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