Projeto que previa abertura de mais uma vaga na Mesa Diretora causou discussões entre vereadores
Durante a sessão na Câmara de Porto Alegre, nesta quarta-feira, que aprovou, com 29 votos favoráveis e 4 contrários, o projeto de lei que previa a criação de uma 4º secretaria na Mesa Diretora, os vereadores encabeçaram discussões dentro e fora da tribuna. A criação do novo cargo foi parte do acordo estabelecido entre a oposição e a base para que, devido a uma decisão judicial, parlamentares opositores ocupassem cargos na Mesa Diretora e na presidência de comissões.
Primeiro a se manifestar na tribuna, o vereador Roberto Robaina (PSol) questionou o projeto afirmando que a base, para acatar a decisão judicial, estava fazendo manobras para criar mais cargos para si. Afirmou ainda acreditar que a oposição deveria seguir pelo mesmo caminho e votar contra o projeto.
Em resposta, o vereador Idenir Cecchim (MDB), líder do governo na Casa, defendeu a proposta afirmando que não haveria sequer aumento de gastos na criação de uma nova secretaria e que ficaria igual à composição da Assembleia Legislativa. E questionou a fala de Robaina: “Acordo é para ser cumprido até o final da votação. Acredito que não seja a intenção do vereador Robaina fazer o PT e o PCdoB um puxadinho do PSol”, disse Cecchim.
Afirmando o compromisso do partido com o acordo, o vereador Aldacir Oliboni (PT) defendeu a posição da vereadora Laura Sito (PT) como 3º secretária na Mesa. “As bancadas merecem sua proporção por uma questão de lei”, ressaltou, mas complementou que a decisão que garantiu a presença na Mesa Diretora se referia à sua antiga formação, não a uma nova, com quatro secretários.
Em discurso, o vereador Clàudio Janta (Solidariedade) propôs que se formassem novos blocos e disputasse novamente os cargos da Mesa, o que seria uma nova eleição, que se constituiria a terceira desta legislatura. “Nós refizemos o acordo e está contemplada a oposição. A briga de tudo isso é cargo. É CC's na Câmara de Vereadores”, provocou Janta.
O vereador Felipe Camozzato (Novo) também defendeu o projeto afirmando que a criação de um novo cargo não implicaria aumento nos gastos públicos, bandeira do seu partido.
Embates seguiram
Após, entrou em discussão a proposta que previa a extinção de alguns cargos e a criação de novos que ficaram sob comando da Mesa Diretora. Novamente, os embates entre os vereadores ocorreram, incluindo ataques pessoais.
Na tribuna, Robaina reforçou sua posição e alegou que não se tratava apenas de criação de cargos e sim de um acordo entre os partidos que têm maioria para cumprir interesses pessoais: “Não venham aqui partidos enterrados em esquema de corrupção quererem falar do caráter do PSol”, afirmou Robaina. Logo após, o vereador Janta afirmou que Robaina estava sendo hipócrita: “Quando foi CC da Câmara, o vereador Robaina não se importava com isso”, rebateu Janta.
O vereador Alex Fraga (PSol), suplente de Pedro Ruas, questionou a posição do partido Novo e a fala de Felipe Camozzato, que voltou à tribuna para defender sua posição e teceu críticas ao PSol. A fala foi interrompida por Robaina, que o criticou. A discussão continuou depois da saída de Camozzato da Tribuna e repercutiu entre os colegas. A vereadora Comandante Nádia (Dem), em sua fala, criticou a atitude de Robaina e falou que “ameaças são caso de polícia”.
A vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB) lamentou o posicionamento dos parlamentares e pediu atenção às pautas que tratam dos problemas da cidade. As discussões envolvendo cargos e partidos seguiram até o fim da votação do projeto, que foi aprovado com 25 votos favoráveis de 10 contrários dos partidos da oposição.
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário