segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Conservador Guillermo Lasso vai ao 2º turno da eleição no Equador

 Recontagem após votação apertada deu vantagem ao ex-banqueiro contra líder indígena



O ex-banqueiro e candidato conservador, Guillermo Lasso, ficou em segundo lugar no primeiro turno da eleição presidencial do Equador. A votação ocorreu no dia 7, mas a apuração apertada provocou uma recontagem. No domingo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) confirmou que Lasso disputará o segundo turno contra o esquerdista Andrés Arauz, aliado do ex-presidente Rafael Correa, em 11 de abril.

Os resultados oficiais finalmente foram anunciados após uma série de reclamações dos candidatos. Na votação do dia 7, Arauz foi o primeiro com 32,72% dos votos, seguido por Lasso, com 19,74%, e pelo líder indígena Yaku Pérez, com 19,39%, anunciou o secretário do CNE, Santiago Vallejo. Pérez alega ter sido alvo de fraude.

A diferença entre Lasso e Pérez era de apenas 32,6 mil votos, segundo o órgão eleitoral. No entanto, o líder indígena e seus seguidores não pareciam dispostos a deixar de lado suas reivindicações, considerando que havia irregularidades no processo que eliminavam a possibilidade de o candidato do partido indígena Pachakutik disputar o segundo turno.

"Vamos apresentar a impugnação de milhares de atas eleitorais", disse Pérez em Riobamba. Em seguida, ele partiu à frente de uma marcha de indígenas e de apoiadores, que planeja chegar a Quito na terça-feira para defender o líder.

A lei estabelece que após a proclamação haja uma fase de contestação dos resultados da eleição presidencial de 7 de fevereiro, da qual participaram 16 candidatos. "Essa resistência continua, no campo legal, jurídico, social e político", declarou Pérez.

Lasso, de 65 anos, do Movimento Creo, afirmou no Twitter que "a democracia triunfou". "Vamos para o segundo turno com coragem e otimismo. Comigo, sempre haverá espaço para um diálogo frontal e sincero, que se soma ao objetivo de alcançar o Equador da união", escreveu.

Pérez reagiu posteriormente, na mesma rede social, lembrando que o CNE "pode declarar resultados eleitorais fraudulentos, mas os verdadeiros resultados estão no coração dos equatorianos que apoiaram um novo projeto político que reflete os sonhos de um Equador digno e honesto".

A Controladoria do Equador solicitou permissão ao CNE para uma auditoria no sistema de informática antes da votação, para "garantir a necessária transparência, segurança jurídica, legitimidade, uso adequado dos recursos públicos e contribuir para a geração de um ambiente de confiança".

O Ministério Público também apura as denúncias de irregularidades e comunicou ao órgão eleitoral que fará um exame de seu sistema digital, o que é apoiado por Pérez.

Reclamações à parte, alguns analistas consideram que as perspectivas para o segundo turno não parecem muito claras em razão da fragmentação do voto no Equador. A julgar pela vantagem de Arauz para Lasso, no primeiro turno, o cenário parece mais difícil para o ex-banqueiro.


Agência Estado e Correio do Povo

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