Por Flavio Gordon A política é feita de símbolos, muito embora os nossos autoproclamados “realistas” e “pragmáticos”, adeptos inconscientes de uma ideologia cuja raiz desconhecem, tenham dificuldade em compreendê-lo. Frequentemente, é essa incompreensão que faz com que a grande imprensa, cujos profissionais se deixam facilmente iludir por aqueles ideólogos do pragmatismo, deixe passar batido alguns gestos e atitudes que, não obstante sua irrelevância aparente, são a verdadeira chave para o entendimento do que se passa no mundo de hoje.
Em 2017, por exemplo, na transição do governo de Barack Obama para o de Donald Trump, houve um episódio altamente simbólico, conquanto sintomaticamente ignorado por nossos jornalistas e comentaristas políticos: o retorno para o Salão Oval da Casa Branca de um busto de Winston Churchill, presente do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair para o presidente George W. Bush, oferecido em solidariedade às vítimas dos atentados de 11 de setembro. Tão significativa quanto a remoção de Churchill é a entronização, no Salão Oval de Biden, do líder trabalhista e “organizador comunitário” Cesar Chávez, um notório radical maoísta, cujo busto ocupa agora lugar de destaque atrás da cadeira presidencial. |
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