Ideia é oferecer aos estudantes atividades presenciais e remotas, com um sistema escalonado que vai iniciar com 25% da capacidade em sala de aula até 50%
Prefeitos e secretários de Educação da Região Metropolitana definiram nesta quarta-feira, após reunião na Capital, pela adoção de um modelo híbrido para a retomada das aulas a partir de março nas cidades que integram o Consórcio dos Municípios da Região Metropolitana (Granpal). A ideia é oferecer aos estudantes atividades presenciais - com definição de protocolos previstos pela vigilância sanitária - e remotas, com um sistema escalonado que vai iniciar com 25% da capacidade em sala de aula até 50%, que é o que permite atualmente o sistema de Distanciamento Controlado.
O calendário unificado de retorno às aulas ainda deve passar por ajustes ao longo do mês, mas o objetivo principal é garantir o acesso ao ensino a milhares de estudantes da Região Metropolitana com todos cuidados para evitar a disseminação do novo coronavírus. Durante a reunião, prefeitos destacaram a necessidade de colocar professores nos grupos prioritários para a vacina contra a Covid-19. A reivindicação também foi encaminhada ao governo do Estado. Presidente da Granpal e prefeito de Nova Santa Rita, Rodrigo Battistella, explica que os municípios vão iniciar treinamentos com professores para colocar em prática o sistema presencial e remoto.
Após coletar sugestões de prefeitos e secretários, a Granpal encaminhou vai encaminhar as demandas à Secretaria Estadual de Educação. Um dos nossos pedidos será que no RS se coloque os professores no Plano Nacional de Vacinação como prioritários para que a gente possa preservar a vida de todos eles. E que a gente possa iniciar dessa maneira, passo a passo, esse processo todo de ano letivo que não pode ficar prejudicado como ficou no ano de 2020", avalia. Por conta da previsão de aumento de custeio na área da educação, ele ressalta que as prefeituras também sugeriram pedir mais recursos por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Adjunta da Secretaria Estadual de Educação, Ivana Flores afirma que a volta às aulas visa assegurar o acesso à aprendizagem e garantir a função pública da escola como 'serviço público essencial'. "A retomada das aulas em março, com todos os cuidados, ocorrerá de forma gradual e escalonada, com teto de operações respeitado, equipamentos de proteção individual (EPIs) para todo mundo", alerta. Ivana ressalta que o objetivo é garantir 'sincronismo' nas regiões e priorizar pessoas que não têm acesso digital e que precisam de atendimento mais rápido. "Não vai ser todo mundo junto, porque é escalonado e gradual, com calendários", observa.
Secretária de Educação de Porto Alegre, Janaina Audino disse que o maior desafio este ano é o retorno das aulas presenciais. "O modelo híbrido é uma modalidade que veio para atender essa realidade no cenário pandêmico, mas a gente sabe que o ensino híbrido depende de uma qualificação de acesso, de conectividade, equipamentos. Então não é só migrar para o online se a gente não tem esses recursos e equipamentos. O grande desafio também é como a gente vai acolher nossos alunos nas escolas, no formato presencial, sabendo de todos os protocolos de segurança, de cuidados que precisamos ter, não só com nossos alunos mas com nossos professores", afirma.
Ao reconhecer que a volta às aulas depende de uma série de medidas preventivas, Janaina explica que a prefeitura realiza estudo para viabilizar a forma mais segura para retomada das aulas. "A gente acredita que vamos conseguir retornar priorizando aqueles alunos que não tiveram acesso a escola em 2020. Mas muitos não vão conseguir voltar para a escola ao mesmo tempo. Nosso desafio é propor rodízio de alunos que atenda essa atendimento completo", destaca. "Vou ter que entender qual é o percentual de alunos que a gente consegue atender por dia para contemplar toda matrícula da escola", completa.
O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi afirma que a volta às aulas de forma híbrida precisa estar alinhada à imunização contra a Covid-19 dos profissionais da área de educação. "Também vamos pautar o governo do Estado para que exija do governo federal remessas de vacina para poder imunizar área da saúde e da educação", frisa. Segundo Vanazzi, a previsão inicial de 300 mil doses de vacina é insuficiente para atender todos os segmentos. "Seriam necessárias 2 milhões de doses", observa. Para garantir o custeio da educação, a ideia é pedir recursos ao governo federal. "Vamos ter que comprar equipamentos , contratar mais. O custeio será elevado e os municípios não vão suportar até o final do ano", frisa.
Correio do Povo
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