Queda é expressiva em comparação com 2019, quando o crescimento chinês foi de 6,1% e já era o menor nível em quase três décadas
A China foi uma das poucas economias do mundo que registraram crescimento positivo em 2020, apesar da pandemia do coronavírus, com avanço de 2,3% no Produto Interno Bruto (PIB). Ainda assim, esse é o menor resultado do país em 44 anos.
"A economia chinesa enfrentou uma situação grave e complexa tanto no país quanto no exterior por causa das enormes consequências da epidemia", reconheceu ontem, em entrevista, Ning Jizhe, do Escritório Nacional de Estatística (BNS). "As bases da economia não estão estáveis", disse Ning, que admitiu haver "incertezas" causadas pelo ressurgimento de casos da doença, mas assegurou que os riscos são controláveis graças "à experiência acumulada' no combate à pandemia".
O valor oficial do PIB foi superior às previsões dos analistas consultados pela agência de notícias France Presse (+ 2%). No entanto, a queda foi expressiva em comparação com 2019, quando o crescimento chinês foi de 6,1% e já era o menor nível em quase três décadas.
A China, primeiro país afetado pela pandemia de covid-19, sofreu uma queda histórica no crescimento no primeiro trimestre de 2020 (-6,8%), após as medidas de confinamento, que pesaram sobre a atividade econômica. A melhora progressiva das condições sanitárias fez com que o PIB se recuperasse.
No último trimestre de 2020, a atividade econômica no país asiático foi de 6,5%, semelhante ao nível de antes da pandemia, informou o Escritório Nacional de Estatísticas. Ao contrário da maioria dos países, que devem anunciar uma recessão, "a economia chinesa teve um histórico invejável na maior parte de 2020", disse o analista da agência de classificação de risco Moody's Xiao Chun Xu.
Por outro lado, a produção industrial chinesa atingiu o maior porcentual de crescimento em 2020 em dezembro, com crescimento de 7,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. As vendas no varejo, principal indicador do consumo, desaceleraram, com crescimento de apenas 4,6% em dezembro, ante 5% em novembro.
Agência Estado e Correio do Povo
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