Percentual de pessoas com contas em atraso e sem condições de pagar suas dívidas em atraso caem em dezembro, entretanto o quadro pode mudar em 2021
A pesquisa realizada pela CNC, divulgada pela Fecomércio-RS em 8 de janeiro, que avalia as percepções de Endividamento e Inadimplência dos consumidores gaúchos (PEIC-RS) evidenciou os impactos da crise sobre as famílias do Rio Grande do Sul. O número de famílias endividadas foi de 71,6% na edição de dezembro, ao passo que em dezembro de 2019 esse valor foi de 66,2%. Contudo, ao observar a média em 12 meses e compará-la com o mesmo período do ano de 2019 evidencia-se uma queda, tendo o indicador ido de 67,2% aos atuais 65,2%. No último trimestre do ano, porém, a média aumentou para 71,5%. Esse movimento demonstra a queda abrupta do consumo das famílias desse ano, e aponta para uma maior pressão sobre o orçamento das famílias no fim do ano. Ainda, na análise por grupos de renda, na comparação interanual, as famílias com menos de 10 salários mínimos (SM) mensais inflaram o indicador de endividamento, tendo este ido dos 67,4% em dezembro de 2019 para 75,7% em dezembro de 2020. Esse movimento foi oposto ao das famílias com renda superior a 10 SM, em que o indicador foi de 61,3% para 54,6%.
A inadimplência é medida pelo indicador de contas em atraso. Este indicador era de 28,0% em dezembro de 2019 e encerrou 2020 em 26,4%. Ao observar a média em 12 meses, percebe-se o crescimento de contas em atraso, que passou de 22,2% em 2019 para 28,1% em 2020. Apesar do aumento, os últimos dados têm apresentado reduções e não é elevado em termos históricos. Em termos de renda, 30% das famílias de menor renda disseram ter contas em atraso em dezembro de 2020. Esse percentual foi de 13,9% para as famílias com mais de 10 SM de renda mensal.
O percentual de famílias que afirmam não possuir condições de pagar suas contas em atraso dentro dos próximos 30 dias foi de 9,6%, um dos menores percentuais da série histórica. Esse resultado refletiu a diminuição ao longo do ano no indicador para ambos os grupos de renda. Essa redução reflete uma certa organização das famílias em função da crise que implementou muitas restrições ao consumo. Entretanto, esse quadro pode mudar em 2021. "Em um ano em que o consumo sofreu fortes reduções, o aumento do endividamento das famílias de renda mais baixa é sinal de alerta para uma possível piora da inadimplência em um ano em que não há, pelo menos por enquanto, medidas de sustentação a renda, como em 2020." comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Confira a pesquisa e a análise no site http://fecomercio-rs.org.br/pesquisas/.
Marina Goulart
Moglia Comunicação Empresarial
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