sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Chegada de 2021 é marcada por restrições e apelo por solidariedade

 Principais festas de virada de ano foram canceladas em decorrência da pandemia



Uma virada de ano diferente. No Rio Grande do Sul e no Brasil, os tradicionais pontos usados para comemorar a chegada do ano ficaram vazios e silenciosos na madrugada desta sexta-feira, sem as tradicionais queima de fogos, em decorrência das medidas de distanciamento social. O Réveillon 2021 teve um apelo ainda mais forte por solidariedade. 

As festas de Ano Novo em locais públicos foram suspensas por medida sanitária e respeito aos mais de 190 mil óbitos no Brasil e mais de 8 mil vítimas fatais no Estado pela Covid-19. A indicação do governo estadual para este momento foi de aglomeração de quatro pessoas por núcleo. Mesmo em número reduzido, abraços e cuidados com a alimentação foram recomendados.

No entanto, ao longo do começo do feriado, aglomerações foram vistas em vários pontos do país, e a Brigada Militar chegou a dispersar pessoas no Litoral Norte nessa quinta-feira

Diferente dos demais anos, este Réveillon não permitiu que os gaúchos soltassem fogos de estampidos e de artifícios com ruído. O decreto assinado pelo governador Eduardo Leite, no dia 11 de dezembro, determinou que os artefatos não poderiam ultrapassar os 100 decibéis a uma distância de 100 metros. Porém, o estampido o barulho de rojões e fogos foi ouvido em vários pontos de Porto Alegre para marchar a chegada de 2021. 

Na Capital, onde já foram registrados mais de 1,8 mil mortes pro Covid-19, medidas preventivas também foram tomadas pelo governo municipal. A Orla Moacyr Scliar virou a madrugada sem a festa que tradicionalmente reunia moradores de diversos cantos da cidade e da Região Metropolitana. No ano passado, o local recebeu mais de 160 mil pessoas que acompanharam shows em frente da Usina do Gasômetro e a queima de fogos – ambos promovidos pelo município. Por estar em bandeira vermelha no Distanciamento Controlado do governo do RS, a Capital também não foi autorizada a realizar outros eventos culturais em espaços fechados.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, um dos principais pontos turísticos do país, não houve festa de virada de ano e tampouco fogos. A Prefeitura montou um amplo esquema de segurança para evitar que pessoas ocupem a orla e a praia carioca para comemorações. O pacote de medidas restritivas, decretado pelo prefeito em exercício Jorge Felippe, também proibiu desde o dia 30 a entrada de ônibus, micro-ônibus e vans de fretamento no município. O acesso de carro, táxi e veículos de aplicativo a Copacabana ficou restrito a moradores, trabalhadores e hóspedes com reserva em hotéis — sob apresentação de comprovação de residência.

Mesmo com a vacinação contra o coronavírus em andamento, a virada de ano na Times Square, em Nova Iorque, sofreu modificações. Com restrição ao público, o evento promoveu nesta madrugada shows artísticos – que contou com a brasileira Anitta – com transmissão ao vivo pelo canal Univision. Com o novo formato, o público interagiu exclusivamente pelas redes sociais.

Ano Novo pelo mundo

Em Londres, cidade gravemente afetada pela pandemia, a cantora norte-americana Patti Smith fez um show ao vivo, em homenagem aos cuidadores do sistema público de saúde do Reino Unido, que morreram de Covid-19. A apresentação foi transmitida por um telão e pelo YouTube.

Já em Sydney, na Austrália, os moradores puderam assistir a queima de fogos de suas casas, calçadas da cidade e pela televisão. As autoridades proibiram a presença de espectadores no tradicional calçadão. A exibição teve início às 13h GMT (10h em Brasília). As restrições no estado de Nova Gales do Sul ainda incluíram limite de 50 pessoas por reunião ao ar livre e hospedagem de até dez convidados por família.

 Queima de fogos em Sydney, na Austrália | Foto: Mick Tsikas / AAP IMAGES FOR NSW GOVERNMENT / AFP

Em Tóquio, que também entrou em 2021 mais cedo, às 15h GMT (12h em Brasília), os moradores enfrentam a perspectiva de um novo estado de emergência. O país registrou um recorde diário de 1.300 novas infecções por coronavírus.

Nova Zelândia com "relativa normalidade"

A Nova Zelândia, país aplaudido por sua gestão da pandemia, deu as boas-vindas ao novo ano com grandes multidões reunidas em Auckland para ver um show de fogos de artifício. Embora continue isolado pelo fechamento das fronteiras, a Nova Zelândia pôde celebrar a chegada de 2021 com relativa normalidade - restam apenas algumas restrições. Há meses, o país não registra qualquer caso de transmissão local.



Correio do Povo


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