quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Assembleia dos rodoviários termina com insatisfação e ameaça de greve em Porto Alegre

 Trabalhadores da categoria exigem nova reunião com o Sindicato dos Rodoviários da Capital nas próximas 72 horas



Trabalhadores vinculados a diferentes empresas de ônibus ameaçam entrar em estado de greve se o Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre (Stetpoa) não convocar uma nova assembleia nas próximas 72h. A assembleia promovida pelo Stetpoa no final da tarde desta terça-feira definiu a Convenção Coletiva de Trabalho de 2021 e aprovou itens como o salário na integralidade e vale-refeição de 100%, que serão pagos a partir de 1º de fevereiro. 

O presidente do sindicato, Sandro Abbade, informou que a partir de fevereiro as empresas de ônibus se comprometem a pagar o salário-base para os trabalhadores e o vale-alimentação, ambos na integralidade e se mantém o mesmo valor do plano de saúde. "Não perdemos o vale-alimentação nas férias e nem o quinquênio, que eram preocupações muito grandes do sindicato", afirmou. Segundo Abbade, o ano foi muito difícil e os trabalhadores estão passando por dificuldades. 

"E a permanência dos cobradores também garantimos no papel, com assinatura da patronal, nós asseguramos e garantimos todas as cláusulas que temos no nosso acordo coletivo, esse era o nosso objetivo", declarou. Apesar das definições do sindicato, diversos trabalhadores que acompanhavam as tratativas acabaram insatisfeitos com o desfecho da assembleia. O portão da sede do Stetpoa inclusive precisou ser fechado por conta das manifestações. Há informação de que o descontentamento seria proveniente de funcionários da Carris.

Abbade ainda reiterou que a campanha salarial começou em 6 de novembro de 2020. "Sei que quando se trata de uma categoria de rodoviários não é fácil contemplar a todos, mas isso foi o que conseguimos após reuniões exaustivas com a patronal", frisou.

"As lideranças de todas as empresas, em conjunto, decretam a partir de hoje 72 horas para o sindicato chamar uma nova assembleia. Se isso não acontecer, nós entraremos em estado de greve e só voltaremos após um novo acordo", destacou o rodoviário Fabiano Pereira, da empresa Presidente Vargas. Outros trabalhadores, que preferiram não se identificar, reforçaram que há insatisfação pois não houve aumento salarial.

"Eles só vão dar o que já era nosso, a passagem vai subir e o nosso aumento nada, faz dois anos que não temos nada", assinalou um dos trabalhadores que preferiu não se identificar. O Stetpoa informou a diretoria que esteve reunida com o departamento jurídico e ainda não há definição sobre uma nova assembleia.


Correio do Povo

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