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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Poupança bate recorde em depósitos, mas saques fazem captação despencar 80% em novembro

 por Larissa Garcia

Com a flexibilização do distanciamento social, a diferença entre depósitos e retiradas na modalidade foi de R$ 1,4 bilhão no mês

Com a flexibilização do distanciamento social e o aumento do consumo, a diferença entre depósitos e saques na caderneta de poupança foi de R$ 1,4 bilhão em novembro, queda de 80% em relação ao mês anterior, segundo dados divulgados pelo BC (Banco Central) nesta sexta-feira (4).

Este é o menor valor desde a chegada do novo coronavírus ao Brasil e cinco vezes menor que o registrado em outubro, de R$ 7 bilhões, que já tinha sido abaixo dos meses anteriores.

Embora os depósitos em poupança tenham batido recorde em novembro, com R$ 297 bilhões, os brasileiros sacaram da caderneta o maior volume da história, R$ 295 bilhões. Com isso, a captação líquida (diferença entre entradas e retiradas), que vinha registrando seus maiores níveis desde o início da pandemia, voltou aos patamares observados antes da crise sanitária.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a captação líquida foi de R$ 2,4 bilhões, o valor é 41% menor. 

No ápice da crise, em abril, a captação líquida da poupança bateu recorde, com R$ 30,4 bilhões. O resultado foi superado em maio, com R$ 37,2 bilhões, o maior da série histórica até agora, iniciada em janeiro de 1995.

Com a flexibilização do isolamento social e a reabertura dos comércios, as pessoas voltaram a consumir e, por isso, sacaram mais recursos da poupança, o que contribuiu para a queda da captação líquida.  

Benefícios do governo, como saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e o auxílio emergencial, podem explicar o movimento de alta nos depósitos durante a pandemia, já que são pagos por meio de conta-poupança digitais da Caixa Econômica Federal. 

Em setembro, a parcela do benefício pago pelo governo aos mais pobres foi reduzida de R$ 600 para R$ 300.

Mesmo com a queda na captação líquida, o resultado foi positivo (com maior valor em depósitos que em saques). Por isso, o saldo permaneceu em crescimento e ficou acima de R$ 1 trilhão. O estoque total aplicado na modalidade alcançou a marca pela primeira vez na história em setembro.

A poupança rende a Taxa Referencial (TR), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 2% ao ano.

A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será 0,50% ao mês, mais TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.

Fonte: Folha Online - 04/12/2020 e SOS Consumidor

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