Autor de 63 anos teria desenvolvido paranoia sobre rede de dados 5G
Após confirmar que um homem se suicidou ao detonar um trailer no centro de Nashville, no dia 25, o FBI tenta agora desvendar os motivos que levaram o autor, identificado como Anthony Quinn Warner, de 63 anos, a cometer o atentado. Nesta segunda-feira, o caminhoneiro Rick Laude, de 57 anos, vizinho de Warner, revelou uma conversa entre os dois três dias antes da explosão. "Papai Noel vai trazer alguma coisa boa para você no Natal?", perguntou Laude. "Claro, Nashville e o mundo nunca se esquecerão de mim", respondeu Warner.
Laude contou que não deu muita importância ao comentário. "Achei apenas que ele esperava que alguma coisa boa acontecesse com ele", disse o caminhoneiro, que disse ter ficado "chocado" ao saber que Warner era o responsável pela explosão. "Ele era discreto. Nada nele levantava nenhuma suspeita."
Na manhã do Natal, Warner detonou um trailer no centro de Nashville, perto da AT&T Tower. A explosão foi tão forte que causou danos estruturais em 41 edifícios, destruiu vários veículos e arrancou árvores. Minutos antes, uma gravação vinda do próprio trailer advertia que uma bomba explodiria "nos próximos 15 minutos", o que permitiu que muitas pessoas fossem retiradas do local - apenas três ficaram feridas.
De acordo com informações preliminares, Warner teria desenvolvido uma paranoia sobre a tecnologia 5G. Por isso, a explosão aconteceu perto do prédio da AT&T. Para ele, a banda larga de dados seria usada para espionar norte-americanos.
De fato, por algumas horas, os sistemas de comunicação da cidade, incluindo serviço de telefone fixo e as redes de comunicação móveis, bem como as centrais de atendimento do serviço de emergência 911, ficaram inoperantes no Estado do Tennessee. "Ainda buscamos respostas", afirmou David Rausch, diretor da polícia do Tennessee. "A melhor forma de descobrir os motivos seria interrogar o suspeito, coisa que a gente não consegue fazer neste caso." Rausch informou que a explosão foi tão forte que Warner só pôde ser identificado no domingo, por meio do DNA de restos humanos retirados do local. Até então, sua única passagem pela polícia havia sido uma prisão por porte de maconha, em 1978.
Agência Estado e Correio do Povo
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