Prefeito eleito afirmou que transição do governo começa a trabalhar nesta segunda-feira e prevê reuniões com Eduardo Leite e Bolsonaro
"Reina a paz a partir de agora em nossa cidade", afirmou o prefeito eleito Sebastião Melo, ao lado de apoiadores e família em seu primeiro discurso no Hotel Ritter, no Centro de Porto Alegre, neste domingo, pouco após a confirmação de sua vitória. Será uma relação pacífica, republicana e de muito diálogo, reforçou em seu discurso da vitória, apoiado pelo vice eleito Ricardo Gomes. Durante todo a fala, que durou pouco mais de uma hora e foi transmitida pelas redes sociais, o emedebista reforçou as pautas de equilíbrio financeiro e da saúde pública que defendeu na campanha e levou aos debates. Melo teve 370.550 votos, o equivalente a 54,6% dos computados na Capital.
Para sua adversária no segundo turno, Manuela D'Ávila (PCdoB) – que teve 43,37% e quase 70 mil votos a menos que e o emedebista – Melo destacou a "relação pessoal" com a candidata derrotada. "Quero fazer reconhecimento da adversária, que foi legítima. Temos uma relação pessoal, fomos colegas", afirmou em poucas palavras. Mais cedo, em discurso rápido, sem citar o nome de Melo, Manuela desejou sorte para o novo prefeito a partir de 2021.
Todo o planejamento, conforme Sebastião Melo, já deve começar a ganhar forma nesta segunda-feira quando está prevista a criação de um comitê para a transição de gestões. Nele, o foco deverá ser a Covid-19, em especial os decretos que ditam o funcionamento das atividades econômicas em território gaúcho.
"Eu tenho dito que a economia e a saúde devem caminhar juntas. Não tem mais o abre e fecha, a cidade precisa funcionar. Não está no nosso radar fechar a cidade de Porto Alegre", afirmou. Ele também deu ênfase para duas propostas "carros-chefes" de sua campanha: suspensão parcial do pagamento do IPTU e repensar o Refis àqueles que não cumpriram com o pagamento durante a pandemia. Para ambos, prometeu projetos para a Câmara Municipal já nos primeiros dias da gestão. "Se algum comércio levou multa durante a pandemia, vamos isentar todas elas", disse em meio a aplausos e saudações.
Animado, Melo divulgou ainda uma agenda que pretende marcar para essa semana, incluindo uma visita ao governador Eduardo Leite na terça-feira e ao presidente Jair Bolsonaro, no dia seguinte. Com Leite, disse querer discutir a segurança pública e o Cais Mauá, "além de muitas áreas que são do Estado e podem fazer parte da regulação fundiária". Já com o presidente, Melo pretende debater obras financiadas pelo poder federal, como a da Severo Dullius. Mas, segundo ele, principalmente a compra e distribuição da vacina contra a Covid-19, que deverá ganhar atenção especial e urgente na próxima gestão.
"Estou muito convencido que o governo federal vai comprar a vacina. O Reino Unido anunciou hoje que vai começar a vacinar dia 7 em seu país. Isso é uma notícia alvissareira", ressaltou Melo. E acrescentou, caso necessite de um Plano B, fazer uma parceria local: "Se o presidente não comprar vacina, vamos fazer um consórcio metropolitano e compraremos a vacina", prometeu.
"Nossa candidatura uniu a cidade"
Vereador três vezes, vice-prefeito e deputado estadual, Sebastião Melo chega ao Paço Municipal com uma coligação no segundo turno reunindo quase dez partidos políticos. "A nossa candidatura uniu a cidade", resultado que justifica pela "coerência" de programa e ideias, deixando de lado a ideologia. "Nós queremos governar com união. Ideologia não resolve problema. O que resolve é trabalho, competência. Eu recebo a vitória com muita humilde. Vou olhar para todos, mas vou ser um prefeito que vai olhar principalmente para os que mais precisam nesta cidade", discursou, para aproximadamente 200 pessoas que estavam no local.
De acordo com ele, o bairro Mario Quintana deverá receber as primeiras ações da nova gestão como, nas palavras de Melo, serão "símbolo deste governo".
Correio do Povo
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