Presidente Martín Vizcarra fará a sua defesa perante o plenário na semana que vem
O Congresso peruano aprovou nesta segunda-feira submeter novamente o presidente Martín Vizcarra a um novo julgamento de destituição por suposta "incapacidade moral". Agora, o presidete terá que comparecer perante o plenário no dia 9 de novembro para se defender.
"Foi admitida a moção de vacância da presidência da República", disse o primeiro vice-presidente do Congresso, Luis Valdez. O julgamento foi aprovado por 60 votos a favor, 40 contra e 18 abstenções. Doze dos 130 congressistas estavam ausentes ou licenciados.
A nova moção de vacância foi apresentada em 20 de outubro pelo partido União pelo Peru (UPP), sob a causa de permanente incapacidade moral. O partido se baseia em declarações de vários empresários à Procuradoria de que teriam pago propina a Vizcarra em troca de contratos de obras públicas quando o presidente era governador da região de Moquegua, ao sul de Lima, em 2014.
Vizcarra já superou em 18 de setembro uma moção de destituição no Congresso, acusado de mentir a duas assessoras em uma investigação sobre contratos com um cantor. O Congresso não reuniu os votos suficientes para tirá-lo do poder.
"Não há uma prova das acusações. Um processo de vacância desestabiliza o país. Estou certo de que o Congresso não vai cair no jogo de um grupo político que busca o caos", disse Vizcarra à imprensa. "É um pouco anedótico porque estão se acostumando a fazer uma vacância por mês, não no Parlamento em seu conjunto, mas um grupo político", acrescentou.
Para que a moção de vacância fosse admitida em debate eram necessários 52 dos 130 votos do plenário do Congresso. Uma vez superada esta fase, o Congresso precisa de dois terços dos votos, ou seja, 87 congressistas a favor da moção, para retirar o presidente do cargo.
O presidente terá que se apresentar ou enviar seu advogado ao Congresso na próxima segunda-feira às 10h locais (12h de Brasília) para se defender. A corrupção é uma das grandes mazelas no Peru, onde quatro presidentes foram atingidos pelo escândalo de propinas e pagamentos ilegais a campanhas por parte da empreiteira brasileira Odebrecht.
AFP e Correio do Povo
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