terça-feira, 13 de outubro de 2020

Retorno do público a bares e restaurantes será gradual em Porto Alegre, avaliam entidades

 Representantes do segmento busca agora aplicar capacidade de lotação dos espaços de alimentação



A reabertura dos bares e restaurantes e o retorno do público será um processo paulatino. A avaliação foi realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes-Rio Grande do Sul (Abrasel-RS) na manhã desta segunda-feira, último dia do feriadão.

“Percebe-se que há uma retomada gradual. Cada estabelecimento está retomando gradualmente. Estamos felizes com a abertura aos domingos. É mais um passo a caminho de uma normalidade”, afirmou a diretora executiva da entidade, Luciana Teles. “Espera-se que cada vez mais flexibilizações”, acrescentou, citando como exemplo a ampliação da capacidade de lotação, restrita atualmente aos 50% do total.

Sobre o movimento no final de semana e no feriado, a diretora executiva da Abrasel-RS falou que ainda precisa de mais dados para fazer um balanço do movimento. Luciana Teles explicou que cada restaurante avaliou a abertura ou não neste momento, sendo levado em conta o fato de ter sido um feriadão, o comparecimento ou não do público e os custos envolvidos conforme a decisão.

Mesmo assim, ela aposta na “retomada segura” com observância dos protocolos de prevenção neste período de pandemia, como uso de máscaras, álcool gel, distância entre as mesas, higienização do ambiente e utensílios, entre outras medidas. “Estamos trabalhando muito nas redes sociais com os cuidados e responsabilidades”, resumiu. “É melhor agora abrir gradualmente, mas não retornar a fechar e daqui a pouco ter um retrocesso. Acreditamos na retomada seguro e gradual”, afirmou.

Telentrega veio para ficar 

Luciana Teles também percebeu que a telentrega veio para ficar mesmo quando a situação normalizar-se. “É uma tendência. Esse crescimento só acelerou-se com a pandemia. O delivery veio para ficar”, considerou.

Sobre o hábito cultural e social da ida ao restaurante ou bar, Luciana Teles disse que a abertura dos estabelecimentos aos domingos tem um significado nesse sentido. “As pessoas precisam de um momento de descontração e lazer até por uma questão de saúde mental. Estar com os teus, com quem tu ama, com parentes e amigos, compartilhando esses momentos com eles é muito importante. O ser humano precisa dessa socialização e estar aberto aos domingos representa muito isso”, destacou.

Já o presidente do Conselho Fiscal da Abrasel/RS, João Alberto Cruz de Melo, disse que o feriadão pode ter prejudicado um movimento mais consistente pois muitas pessoas viajaram no período. “A abertura aos domingos já foi uma melhora para nós. No próximo final de semana já teremos um reflexo melhor”, previu. Ele ressaltou ainda que a maioria dos restaurantes abrem aos domingos. “O pessoal está mais tranquilo e animado com as flexibilizações”, revelou, dando como exemplo a possibilidade de volta dos bufês.

João Alberto Cruz de Melo calculou o movimento no setor está em torno de 25% do que existia antes da pandemia e a meta é agora resgatar o cliente. O dirigente salientou que o restaurante é “um dos lugares mais seguros para se estar presente”. Proprietário do tradicional Gambrinus no Mercado Público de Porto Alegre, ele constatou que a clientela está voltando aos poucos.

Sobre a telentrega, ele salientou que veio para ficar com muitos estabelecimentos pretendendo mantê-la mesmo após a pandemia. “É uma modalidade de negócios que salvou muitos e que não dá para desprezar mais mesmo depois da pandemia”, afirmou. “Terá muita coisa nova surgindo, novos modelos de negócios, novidades, oportunidades….”antecipou.

Dia das Crianças 

Um dos restaurantes que ficaram abertos para o almoço de hoje no Dia da Criança foi o restaurante Casa do Marquês que existe há 15 anos na rua Marquês do Pombal, no bairro Higienópolis. “A capacidade da casa era de 250 lugares e mais dois espaços de eventos separados, de 50 e 70 lugares. Estamos trabalhando agora com 130 lugares somente”, detalhou o proprietário Claudio Claucemir Soares dos Santos.

“Domingo foi o primeiro após seis meses fechado”, lembrou, sem poder avaliar o movimento devido ao feriadão. Calculou, porém, que o domingo ficou entre 15% e 20% do normal antes da pandemia. “O maior problema já passou, mas agora o problema é o retorno. É saber como a comunidade vai se comportar. As famílias gostam de sair e serem atendidas pelo garçom..aos poucos isso vai retornar. Os clientes é que vão salvar os empreendimentos. É seguir em frente”, manifestou-se.

Correio do Povo

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