quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Produtor à espera de chuva para iniciar plantio da soja

 Máquinas estão prontas, mas só devem ir às lavouras do Rio Grande do Sul quando o solo estiver com a umidade adequada à semeadura


O período de plantio da soja estabelecido pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o Rio Grande do Sul vai do final de setembro até o final de dezembro. Tradicionalmente a semeadura se intensifica depois de 10 de outubro, quando, segundo registros históricos, há chuvas adequadas ao manejo do solo. Neste ano, no entanto, a previsão do fenômeno La Niña para o quarto trimestre deixa o produtor apreensivo diante da possibilidade de estiagem e dias quentes na primavera, o que já tem ocorrido no Norte e Noroeste do Estado.

Nessas duas regiões, muitos produtores esperam uma chuva expressiva para dar início ao cultivo. “Estamos com as máquinas prontas aguardando essa precipitação que, em pleno dia 14, ainda não ocorreu”, revela o vice-presidente da Farsul e presidente da Comissão de Grãos da entidade, Elmar Konrad.

Segundo o dirigente da entidade, o sojicultor que se planejou para a projeção de chuvas fracas deve seguir o que está no cronograma adaptado a essa situação, incluindo medidas como a flexibilização da escolha de cultivares. “Com acesso a essa informação, ele pode definir 40% para ciclo precoce, 40% para ciclo médio e 20% para o ciclo tardio”, sugere. A ampliação do uso de tecnologia também pode entrar nesta conta, como um acréscimo se o momento for de alta nas cotações. “O preço é um componente favorável ao investimento em tecnologia, mesmo que já esteja programado”, comenta.

O presidente da Aprojoja/RS, Décio Teixeira, aconselha o produtor a não apostar muito na soja “do cedo”, já que entende que ela acaba ficando com porte menor e às vezes rendendo menos do que aquilo que se espera de uma safra normal. “O ideal seria plantar de 25 de outubro até 20 de novembro, uma janela espetacular para a semeadura no Rio Grande do Sul”, destaca.

O dirigente afirma que expectativa dos produtores para a safra é muito grande, tanto pela alta das cotações da soja quanto pela necessidade de recuperação das perdas de 46% ocorridas na colheita passada por causa da estiagem.

Para Teixeira a perspectiva de La Niña não assusta porque houve anos em que o Estado colheu safras muito boas mesmo com a ocorrência do fenômeno.


Correio do Povo

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