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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Líder do governo afirma que vai propor na Câmara plebiscito por nova constituinte

 Ricardo Barros reforçou que Constituição deixou país ingovernável, declaração pelo qual foi criticado por Maia



Um dia após dizer que a Constituição deixa o Brasil "ingovernável", o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), disse que vai enviar "imediatamente" um projeto de decreto legislativo para a realização de um plebiscito sobre a elaboração de uma nova Carta Magna. Segundo o parlamentar, ele já tem um texto pronto, que precisa apenas de ajustes nas datas propostas para a realização da consulta popular. A ideia inicial era que o plebiscito fosse feito nas eleições municipais deste ano para em 2022 ter uma Assembleia Constituinte. Barros disse que não teve apoio de lideranças quando elaborou o projeto, mas que a receptividade à sua ideia o motivou a apresentar o projeto.

"Fiz uma provocação sobre a Constituição, o que as pessoas pensavam da nossa Constituição. Agora estou motivado diante de tantos apoiamentos que recebi", disse Barros nesta terça-feira (27), após participar de evento na Base Aérea de Brasília sobre os novos jatos da FAB (Força Aérea Brasileira).

O líder do governo defendeu a realização de um plebiscito sob o argumento de que a Carta Magna transformou o Brasil em um "País ingovernável". Barros citou como exemplo o Chile, que foi às urnas no domingo (25) e definiu que uma nova Assembleia Constituinte deverá ser eleita para a criação de uma nova constituição do país. "Eu pessoalmente defendo nova Assembleia Nacional Constituinte, acho que devemos fazer um plebiscito, como fez o Chile, para que possamos refazer a Carta Magna e escrever muitas vezes nela a palavra deveres, porque a nossa carta só tem direitos e é preciso que o cidadão tenha deveres com a Nação", disse Barros.

A declaração foi dada em um evento organizado pela ABDConst (Academia Brasileira de Direito Constitucional) e recebeu críticas de autoridades como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Barros disse ainda que a Constituição tornou "o poder fiscalizador muito maior que os demais" e, por isso, seria necessário também "equilibrar os Poderes" no país. O deputado, que é alvo de investigações do Ministério Público Federal, diz que é preciso punir quem apresentar denúncias sem prova.

Barros negou que a proposta da elaboração de uma nova Constituição tenha o aval do presidente Jair Bolsonaro. "Eu fui claro. Eu disse 'eu pessoalmente defendo'. Então, não consultei o governo e não falei em nome do governo. Portanto, ninguém do governo me abordou."


Agência Estado e Correio do Povo

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