Grupo discute alternativas de protocolos para cada tipo de atividade
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março, o setor de eventos praticamente encerrou as atividades no Rio Grande do Sul, com suspensão de shows, congressos e festas. Sete meses depois, um grupo de empresários voltou a pressionar nesta quarta-feira, no Tá na Mesa, da Federasul, pela retomada das atividades seguindo protocolos sanitários. Além de alegarem que o segmento está sendo penalizado há meses com as restrições por conta da Covid-19, eles cobraram principalmente da prefeitura de Porto Alegre uma previsão para o retorno dos eventos.
Sem poder realizar aglomerações, empresários do ramo decidiram formar o Grupo Live Marketing do RS para discutir alternativas de protocolos para cada tipo de evento. As propostas foram apresentadas aos governos estadual e municipal.
Durante a videoconferência, cujo tema foi "Impactos da Pandemia no setor de Eventos", a diretora da Capacità Eventos, Eliana Azeredo, afirmou que muita gente do ramo está passando por dificuldades e que 'ninguém vai viver' de eventos online. "Quem está sobrevivendo são duas áreas, as de eventos online e alguns colegas trabalhando com drive-in. Isso não paga conta, não dá emprego, é um paliativo para este momento", destacou.
Impacto
Eliana avaliou que do fechamento do comércio e de outras atividades ocorreu 'muito rápido', o que acabou impactando o setor de eventos. Meses após discutir e formatar protocolos para cada tipo de evento, o grupo apresentou conjunto de medidas que agradou o Palácio Piratini por atender os cuidados sanitários.
Ela lembrou que o governo gaúcho publicou decreto liberando eventos sociais e culturais, com público sentado, nas regiões em bandeira laranja há pelo menos duas semanas e que tenham retomado as aulas escolares. "O município ficou de dar resposta dia 9. Terça-feira fizemos uma carta aberta porque não tivemos resposta e não recebemos informação", frisou. "Queremos que a prefeitura libere o que o governo já nos deu", acrescentou.
Impedimentos
Sócio da Opinião Produtora, Rodrigo Machado também questionou permissão para funcionamento de restaurantes e shoppings e o impedimento para o setor de entretenimento e eventos voltar às atividades na cidade. "Nosso setor vive de protocolos, é o que mais tem controle e é o que está sendo mais penalizado. É um setor que gera 500 mil empregos diretos e indiretos e R$ 2 bilhões em impostos arrecadados no RS", pontuou.
Machado afirmou que estão ocorrendo festas clandestinas em vários municípios, que podem acabar em tragédia semelhante à da boate Kiss, em Santa Maria. "Locais preparados com Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI), normas, legislações, estão fechados", reiterou. "A indústria do entretenimento ainda está sob lockdown", completou.
Desafios
O diretor-executivo da Duetto Eventos, Roberto Rimoli, afirmou que o surgimento da pandemia já sinalizava para novos desafios para este ano. Segundo Rimoli, evento é um negócio, 'não é só festa', e gera em torno de 500 mil empregos diretos e indiretos no Estado. Com a suspensão das atividades, ele afirmou que muita gente está parada sem receber. "São pessoas que trabalham por cachê, que trabalham de dia para se alimentar à noite. Há quanto tempo não colocam cachê no bolso?", questionou.
Rimoli garantiu que a ideia é retomar as atividades seguindo os protocolos sanitários e as restrições de cada cidade. "Não tem porque shopping botar 15 mil (pessoas) e a gente não poder fazer evento com todos os protocolos observados", analisou.
A presidente da Federasul, Simone Leite, afirmou que o setor é importante para a economia e ainda precisa de apoio. Ela voltou a apelar a prefeituras para que permitam 'que as pessoas trabalhem' e 'gerem impostos'. "Existem vidas humanas, pessoas sem renda, famílias precisando de apoio", ressaltou. Simone também alertou que a questão da 'previsibilidade' para retomada das atividades é essencial para o setor. "Protocolos estão sendo instituídos para que os eventos possam acontecer", alertou.
Correio do Povo
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