por MARTHA IMENES
Enquanto a educação financeira não entra na grade escolar, O DIA pegou umas dicas para ajudar a criançada a guardar um dinheirinho
Hoje é Dia as Crianças, e em tempo de pandemia de coronavírus - onde distanciamento social, uso de máscara e de álcool gel são extremamente necessários para a saúde de todos -, a economia ficou combalida e a grana que pais e mães gastariam com a compra de brinquedos, roupas e outros presentes para seus pequenos acabou ficando escassa no bolso.
A educação financeira, responsável por ensinar a utilizar melhor o dinheiro e poupar, entrará na grade escolar, como definido pelo Ministério da Educação. Mas enquanto não entra, O DIA destacou alguns pontos para pais, mães e responsáveis praticarem a "economia" no dia a dia com seus pequenos.
Quem sabe colocando em prática agora no próximo ano não sobre uma graninha para comprar o presente do Dia das Crianças?
Uma dica, para quem pode, é claro, é dar uma pequena mesada para as crianças. Será que ajuda ou não na educação financeira? Na opinião economista e professora convidada dos MBAs da Fundação Getulio Vargas, Myrian Lund, "dinheiro" e "criança" combinam e a mesada pode ser um bom instrumento de educação.
"A mesada é o método mais eficiente de educação financeira. Ao receber uma quantia periodicamente, a criança passa a entender o dinheiro de forma diferente. Quanto mais cedo seu filho começa a lidar com dinheiro, mais financeiramente estruturado será quando adulto", ressalta Myrian.
E quando começar? De acordo com a planejadora, é possível introduzir a mesada assim que os filhos começam a aprender números. Contudo, neste momento, é melhor que o pagamento seja semanal e proporcional à idade, ou seja, uma criança de 6 anos pode receber R$ 6 por semana, por exemplo.
Mas, adverte, oferecer a mesada não basta. É preciso prestar atenção em outras atitudes para que a educação financeira tenha resultados. “Presentes somete em datas específicas, como Natal, Dia das Crianças e aniversários. Se a criança quiser um brinquedo fora dessas ocasiões, ela deve ser estimulada a guardar dinheiro para comprar. Se o item for mais caro, os pais podem propor pagar a metade. O importante é que ela entenda que é preciso poupar para ter qualidade de vida e que não é possível ter tudo na hora que se quer”, explica Myrian. Só 21% tiveram acesso à educação financeira Pesquisa mostra que apenas 21% dos brasileiros das classes A, B e C com acesso à internet tiveram acesso à educação financeira durante a infância, segundo pesquisa Ibope Inteligência encomendada pelo C6 Bank. O levantamento mostra que 38% dos entrevistados aprenderam noções de educação financeira na adolescência (dos 12 aos 17 anos de idade), 27% tiveram contato com o assunto na juventude (dos 12 aos 24 anos) e 14% só aprenderam finanças pessoais na fase adulta (acima dos 25 anos).
Outra conclusão da pesquisa Ibope/C6 Bank é que a classe C adquire noções básicas de educação financeira mais tardiamente, com apenas 19% dos entrevistados tendo o primeiro contato com o assunto ainda na infância. Nas classes A e B, esse percentual é de 36% e 22%, respectivamente.
A pesquisa também mostra que a atuação da família na educação financeira dos filhos é maior nas classes mais altas. Na classe A, o percentual de entrevistados que relatam ter aprendido finanças pessoais em casa, com pais e familiares, é de 57%. Na classe C, essa fatia cai para 38%.
A prática de disseminar noções de educação financeira às crianças da casa parece ter impacto na forma de abordar o assunto com outros adultos da família: 51% das pessoas na classe C conversam frequentemente sobre o nível de renda e de gastos com outros adultos da casa, versus 76% na classe A e 59% na classe B.
O levantamento também mostra que há uma mudança de comportamento nas famílias brasileiras quando o assunto é finanças pessoais. Embora a menor parte dos entrevistados tenha tido contato com noções financeiras básicas na infância, hoje a maioria dos brasileiros declara que trata do tema com as crianças da família. Quando em dificuldade financeira, por exemplo, 77% dos entrevistados que têm criança em casa dizem compartilhar a situação com os filhos, explicando por que será preciso economizar.
A pesquisa ouviu 2 mil brasileiros das classes A, B e C maiores de 16 anos, com acesso à internet. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Dicas para ensinar a criançada a poupar Exemplo é tudo
A criança está atenta à forma como os adultos lidam com o dinheiro. Como não resistir a uma vitrine, gastar demais no cartão de crédito, por exemplo. Para ensinar é preciso praticar, cuide dos seus hábitos.
Aula no supermercado
Leve os pequenos para participarem das compras da casa, além de ser um momento para dividirem como família, é também o momento de ensinar sobre consumo consciente e promoções. Mas atenção: não vá com fome ao supermercado, isso faz com que se gaste mais que o necessário.
Doe o que não usa
Ensinar a doar aquilo que não precisa mais, ensina o valor das coisas, além de criar uma criança mais generosa. Sempre que comprar uma coisa nova, lembre de doar outra que já não usa mais.
Olha o cofrinho!
Estimule a criança a guardar moedas para que ela aprenda que a economia é importante para essas realizações de sonhos. Se não tiver como comprar um porquinho, pegue uma garrafa pet e faça um quadradinho que dê para passar uma moeda de R$ 1. Ganhou um troco? Guarde.
Diga não
Dizer não ajuda a criança a perceber que o dinheiro não está o tempo todo à sua disposição, e que é preciso usá-lo com consciência. Se não pode comprar, diga não e não volte atrás.
Dinheiro não é tudo
Faça passeios baratos, como parques, exposições gratuitas, eventos abertos, é importante que a criança não associe as boas lembranças apenas a momentos relacionados ao dinheiro. Lembre: amor e carinho são de graça.
Outras economias
Ensine aos pequenos a importância de economizar água, energia e a não desperdiçar comida, bons hábitos também geram economia.
Fonte: O Dia Online - 12/10/2020 e SOS Consumidor
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