Presidente da instituição disse que medida está em fase de revisão
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta segunda-feira que a autoridade monetária está "seriamente" estudando a possibilidade de emitir uma moeda digital. "Uma decisão ainda não foi tomada, estamos na fase de revisão e consideração", explicou, em evento virtual organizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A francesa assegurou que o objetivo de um euro digital não seria substituir a divisa física.
Na visão dela, o instrumento implicaria em uma série de benefícios, entre eles maior agilidade e segurança. "O sistema e o meio de pagamentos vão mudar e serão guiados pela preferência do consumidor", destacou. O Conselho de Administração do banco central considera a possibilidade de lançar um projeto do euro digital em meados de 2021, que começaria com uma fase de pesquisa destinada a desenvolver um produto mínimo viável.
A dirigente também comentou o risco de que a pandemia do novo coronavírus force o fechamento permanente de empresas que, antes da crise, estavam saudáveis, por conta da falta de acesso a liquidez. Para ela, as medidas de apoio à economia devem continuar em vigor por algum tempo, para garantir uma recuperação completa. Lagarde ressaltou ainda que, na revisão estratégica do BCE, a instituição está estudando os impactos de mudanças climáticas na política monetária. Segundo ela, a questão suscita incertezas entre consumidores, o que pode levá-los a poupar mais.
Consulta pública
Uma nova moeda digital pública deve fornecer uma rede de segurança no caso de todos os bancos privados quebrarem e o dinheiro desaparecer completamente, e ter uma nova ferramenta para uma política monetária confiável, disse a porta-voz do BCE, Alexandrine Bouilhet. Isso pode fornecer um método de pagamento simples, universalmente aceito, livre de riscos e confiável, afirma a instituição.
A consulta pública sobre o "Euro Digital" começa esta semana. O modelo pensado não usa os sistemas de pagamento existentes que os bancos usam, mas provavelmente usa a “tecnologia blockchain” ou a “compensação TARGET” do BCE. Vale notar que a primeira já está operacional para transferências de criptomoedas, como bitcoin e XRP. O grande problema é que uma conta deve ser aberta para 450 milhões de habitantes na Zona do Euro, e os novos titulares devem ser testados quanto ao risco de crime financeiro.
Agência Estado e Correio do Povo
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