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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Baixa adesão marca retorno presencial para anos finais do Ensino Fundamental em Porto Alegre

 Boa parte das instituições estaduais segue de portas fechadas por causa da falta de EPIs



A retomada das atividades presenciais do Ensino Fundamental na rede estadual na manhã de hoje foi marcada pela baixa adesão e a ausência dos alunos. Boa parte das instituições de ensino segue de portas fechadas por causa da falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e onde há expediente, o movimento fica praticamente restrito a professores e funcionários. Pelo calendário do governo estadual, está previsto para ontem o reinício das aulas presenciais dos estudantes. Nas escolas visitadas ontem o cenário era o mesmo: deserto.

Na escola estadual de Ensino Fundamental Monsenhor Roberto Landell De Moura, na zona Sul Porto Alegre, os professores informaram que a instituição de ensino ainda estava com a falta de equipamentos de proteção individual. A mesma situação também foi verificada em outras escolas como o colégio estadual Paraná, que fica no bairro Cristal. No Menino Deus, as escolas estaduais de Ensino Fundamental Euclides da Cunha e Cândido Portinari também permanecem com os corredores vazios por falta de EPIs e materiais de higiene.

Na zona Norte da cidade, algumas instituições alegam não ter recebido sequer as máscaras necessárias para a proteção dos funcionários. A Escola Estadual de Ensino Fundamental Itamarati, que abriga 830 alunos no bairro Sarandi, era uma das instituições de ensino que aguardou para ontem a chegada dos materiais prometidos pelo governo estadual. No colégio estadual Emílio Afonso Massot, no bairro Azenha, nenhum dos 980 estudantes da escola compareceu no dia de ontem. Somente professores e funcionários estavam na escola.

Os professores da escolas, que pediram para não serem identificados, cumpriram também as orientações do Cpers/Sindicato e não retornaram aos postos de trabalho. Na semana passada, a entidade conquistou na Justiça uma liminar que impede a retomada das atividades nas escolas onde não há condições sanitárias. Segundo a decisão, as instituições precisam ser avaliadas por um profissional capacitado. Os educadores só precisam retomar o atendimento presencial aos estudantes em caso de entrega de uma declaração de conformidade com as regras impostas no decreto que liberou a atividade.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou que os EPIs e os materiais de higienização são obrigatórios para o retorno das aulas presenciais e adequação aos protocolos sanitários estabelecidos na portaria conjunta 01/2020 publicada por Seduc e pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). Desde o período de convocação dos professores para a preparação do retorno das aulas presenciais, iniciado no dia 5 de outubro, as escolas realizam a aquisição de materiais para esse período, por meio da autonomia financeira (valor que é repassado mensalmente às direções das instituições de ensino do Estado). Desta maneira, as escolas puderam adquirir máscaras, álcool em gel e produtos de limpeza, por exemplo, de modo a garantir a segurança de professores e equipes diretivas enquanto a entrega dos materiais comprados pelo Estado está em curso.

Segundo a Seduc, os EPIs e materiais de higienização que serão utilizados por alunos e professores, ao longo das aulas presenciais, foram adquiridos pelo Estado em um investimento de R$15,3 milhões e estão em processo de entrega ao longo dos meses de outubro e novembro.

As escolas estaduais que não tiverem recebido os EPIs e materiais de higienização adquiridos pelo Estado até a data de início das aulas presenciais, deverão permanecer no modelo de ensino remoto até o recebimento dos itens e adequação da instituição de ensino em relação aos protocolos sanitários estabelecidos na portaria conjunta, além de comunicar a respectiva Coordenadoria Regional de Educação (CRE).


Correio do Povo

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